Doze horas antes da abertura das urnas, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia anunciou na noite deste sábado (17/10) a suspensão do sistema de Difusão de Resultados Preliminares (Direpre), que permitiria conhecer os resultados da eleição deste domingo (18/10) com mais agilidade. O sistema baseia-se na sistematização dos resultados das atas de cada zona eleitoral. Com a mudança, os bolivianos só terão acesso aos resultados conforme a apuração “voto a voto”, o que costuma levar mais de dois dias.
A justificativa do órgão é “não alimentar incertezas” em um cenário “tão polarizado”, segundo nota divulgada no sábado.
“Esse sistema não permite ter segurança da difusão completa de dados que garantiriam certeza ao país sobre os resultados”. O texto reforça que a decisão foi tomada “com seriedade técnica e motivada pela responsabilidade com o país.”
A Organização dos Estados Americanos (OEA), o Centro Carter e a União Europeia se posicionaram imediatamente e declararam compreender as razões que levaram à suspensão do Direpre.
O Movimento ao Socialismo (MAS), partido do ex-presidente Evo Morales, afirma que a OEA foi uma das agentes do golpe de 2019 e que a suspensão é “altamente preocupante”.
TSE
Órgão eleitoral suspendeu sistema de apuração parcial e disse que contagem será realizada de maneira definitiva
“Esta decisão de última hora levanta dúvidas sobre suas intenções [do Tribunal]”, reagiu Morales em suas redes sociais.
O candidato do MAS, Luis Arce, lidera as pesquisas de intenção de voto, com chances de vencer em primeiro turno. Para isso, precisa fazer mais de 40% dos votos ou abrir 10 pontos de vantagem em relação ao segundo colocado, o ex-presidente Carlos Mesa (Comunidade Cidadã).