A solidariedade com o povo palestino se tornou um dos elementos marcantes da edição de 2024 do carnaval de rua de Belo Horizonte.
A tema foi assumido como parte dos assuntos abordados por mais de 30 blocos de carnaval que desfilaram este ano na capital mineira.
A iniciativa surgiu a partir de um manifesto organizado pelo Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino, que reuniu dezenas de adesões, em um documento chamado “Carnaval Solidário e da Resistência – Palestina Livre”.
Bloco Pena de Pavão de Krishna, 11/2, BH. Palestina Livre! BH no carnaval se vestiu de Palestina. Somos todos Palestina Livre e pedimos q Israel pare o genocídio. Q Israel não tome q q nunca foi de Israel. Palestina Fica em Gaza. Sem Anistia p todos Genocidas Israelenses. pic.twitter.com/SpkjXofLBL
— VaiDarPT (@VaiDarArte) February 11, 2024
Entre os blocos que aderiram à campanha estão alguns dos mais tradicionais de Belo Horizente, como “Então, Brilha!”, “Pena de Pavão Krishna”, “Circuladô”, “Chama o Síndico”, entre outros.
Além das palavras de apoio emanadas dos carros de som, também foi possível ver muitas bandeiras da palestina em meio aos blocos que desfilaram nos quatro dias de folia, além de fantasias e camisetas com alusões à solidariedade com os residentes de Gaza.
Reprodução vídeo
Durante seu desfile no sábado (10/03), o puxador do bloco Então, Brilha!” chegou a fazer um apelo, dizendo “que o espírito do carnaval possa revelar aos iludidos pelo poder que a humanidade é uma só, que a irmandade que emana das ruas dos nossos corpos feitos fantasias, que despejam lucidez como o sol, que a repulsa a tamanha brutalidade encontre ações capazes de freá-la, que toda a explosão seja de alegria, que toda bala seja de açúcar, que toda dor seja de amor… e no mundo inteiro somos Palestina!”.
A manifestação dos blocos carnavalescos belorizontinos em favor do povo palestino acontece após mais de quatro meses de ofensiva militar de Israel ao território da Faixa de Gaza, que já produziu mais de 28 mil mortes de civis, sendo mais de 12 mil crianças.
Essa estatística corresponde a mais de 1% da população do território palestino, estimada em 2,3 milhões de pessoas.
Além disso, mais de 300 mil pessoas estão sofrendo com falta de água, alimentos, medicamentos e outros recursos básicos, segundo dados da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, por sua sigla em inglês).