O conselheiro da presidência norte-americana, Amos Hochstein, pediu nesta terça-feira (18/06) a desescalada “urgente” das agressões transfronteiriças entre o Hezbollah e Israel, que ocorrem desde que as forças israelenses intensificaram suas operações militares contra os palestinos, em 7 de outubro de 2023.
“O conflito entre Israel e o Hezbollah já está durando muito tempo”, disse o enviado dos Estados Unidos em visita a Beirute, acrescentando que “é do interesse de todos resolvê-lo rápida e diplomaticamente”.
Segundo o jornal The Times of Israel, nesta segunda, “pela primeira vez em dias” sirenes de alerta de drones teriam soado em várias cidades israelenses localizadas na região norte, perto da fronteira com o Líbano. O veículo relata ausência de comentários imediatos por parte das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) sobre quaisquer ataques, embora o portal Ynet tenha informado a interceptação de um drone vindo do lado libanês.
A ofensiva do Hezbollah, aliado do Hamas e apoiado pelo Irã, intensificou-se nas últimas semanas quando seu líder, Hassan Nasrallah, prometeu “mais surpresas” contra Tel Aviv em meio à troca de ofensas com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
A recente morte de Taleb Abdallah, conhecido como Abu Taleb e um dos membros mais experientes do movimento libanês, na terça-feira passada (11/06), tem sido também um dos fatores agravantes da ofensiva contra as forças israelenses.
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Conselheiro da presidência dos Estados Unidos, Amos Hochstein, em encontro com o presidente do Parlamento do Líbano, Nabih Berri, em Beirute
Missão de atenuar tensões
Hochstein teve um encontro com o presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, aliado do Hezbollah, um dia após ter realizado uma série de reuniões em Jerusalém, incluindo conversas com o próprio Netanyahu, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, o presidente israelense, Isaac Herzog, e líderes da oposição.
“Discutimos a atual situação política e de segurança no Líbano, bem como o acordo agora em relação a Gaza, que também se apresenta como uma oportunidade para encerrar o conflito na Linha Azul”, afirmou Hochstein após o encontro com o parlamentar.
A “Linha Azul” mencionada pelo emissário é a demarcação entre Israel e o Líbano. Na avaliação do norte-americano, a proposta de cessar-fogo apresentada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no mês passado, “acabaria com o conflito”.
“Um cessar-fogo em Gaza e, ou, uma solução diplomática alternativa também poderia pôr fim ao conflito na Linha Azul” e permitir o regresso de civis deslocados ao sul do Líbano e ao norte de Israel, acrescentou o emissário.