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Doente, esgotado em virtude de um reinado agitado, o imperador romano Constantino I morre em 22 de maio de 337, dia do Pentecostes cristão. Não tinha cumprido ainda 60 anos. Faleceu em Ancirona, nos subúrbios de Nicomédia (atual cidade turca de Izmit), ao sul do mar de Mármara, enquanto tentava reconquistar às pressas sua capital, Constantinopla.
Antes de exalar o último suspiro, Constantino teve tempo de receber o batismo das mãos do bispo Eusébio de Nicomédia.
Este batismo tardio e sua ação em favor da Igreja lhe valeram ser venerado como um santo pelos cristãos ortodoxos, ainda que não tivesse tido na vida um comportamento dos mais virtuosos. Sua mãe Helena, cristã sincera que rezava pela conversão de seu filho, figura igualmente entre os santos.
Desde a sua juventude, Constantino estava dividido entre a nova religião herdada de sua mãe Helena e o culto bastante em voga à sua época do Sol invictus, o que daria início a uma evolução do politeísmo pagão em direção ao monoteísmo judaico ou cristão.
Constantino não era, portanto, um modelo de bondade evangélica. Levava em consideração vários fatores entre a consciência privada e a ação pública. Desse modo, sem hesitar, mandou executar seu sogro, o ex-imperador Maximiano Hercúleo, mas também seu próprio filho, sua mulher Fausta e seu cunhado Licinius.
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No poder, se deixou cercar por cristãos, entre os quais seu hagiógrafo o bispo Eusébio de Cesareia, uma cidade da Palestina, quem pronuncia seu panegírico – elogio público – na véspera do 30º aniversário de sua ascensão ao poder em 25 de julho de 336.
Envolve-se também muito ativamente nos negócios da Igreja e convoca um concílio ecumênico universal em Niceia com a finalidade de superar as divergências entre partidários de Ario e de Atanásio da Alexandria sobre a sutil questão da divindade de Cristo.
Curiosamente, esquecendo-se de suas precedentes decisões em favor da unidade doutrinária do cristianismo, o imperador cede, na fase final de sua vida, aos argumentos de um bispo ariano, Eusébio de Nicomédia, o mesmo que o batizaria em seu leito de morte. Estende a mão e apoia o arianismo, condenado pelo Concílio de Niceia. A heresia só seria definitivamente eliminada no século seguinte em 451, por ocasião do Concílio de Calcedônia.
Seguindo o costume então em voga entre os cristãos, Constantino espera a iminência da morte para receber o batismo, o que asseguraria a remissão de seus numerosos pecados anteriores.
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