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História

Hoje na História: 1940 - França assina armistício com Alemanha na floresta de Compiegne

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Por exigência alemã, acordo foi firmado no mesmo local que marcou o fim das hostilidades bilaterais na I Guerra Mundial

Max Altman

2013-06-22T11:02:00.000Z

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Atualizado em 18/06/2018, às 14h20

Em 22 de junho de 1940 é concluído o armistício entre o III Reich alemão e os representantes do governo francês de Philippe Petain.

Equivocando-se em relação a Hitler, o marechal Petain acreditava poder tratar com ele como, setenta anos antes, Adolphe Thiers negociara com Bismarck, num ambiente de honra e respeito mútuo.

Ansioso por vingar-se da humilhação de 1918, Hitler exige que a assinatura do armistício seja feita em Rethondes, na floresta de Compiegne, no vagão ferroviário histórico onde o marechal Foch e os plenipotenciários alemães se encontraram para o armistício de 11 de novembro de 1918.

Wikicommons

Hitler compareceu à França para assinar armistício


O führer estava acompanhado pelo marechal Hermann Goering, pelo ministro das Relações Exteriores Joachim von Ribbentrop, pelo marechal Wilhelm Keitel e pelo general Alfred Jodl, quem assinaria cinco anos mais tarde em Reims a capitulação da Alemanha.

Alguns minutos depois chega a delegação francesa, chefiada pelo general Charles Huntziger, quem comandara o II Exército em Sedan, e composta de um almirante, um general da aviação e de um civil, Leon Noel, ex-embaixador na Polônia.

O marechal Keitel apresenta um texto de 24 artigos que exclui qualquer reivindicação sobre as colônias francesas de ultramar e sobre a frota de guerra a fim de evitar que colonos e marinheiros franceses encontrassem motivos para se unir aos britânicos, até então imbatíveis. Hitler e seu séquito abandonam o vagão após a leitura desse preâmbulo, deixando os negociadores discutirem entre eles.

O general Huntziger não via, nas condições do armistício, “nada que fosse diretamente contrário à honra”.

Entretanto, Weygand fica indignado com o artigo 19 que exigia que a França enviasse à Alemanha “a seu pedido todos os residentes alemães designados pelo governo do Reich”. Tratava-se nada menos que trair a palavra dada aos refugiados políticos e aos judeus alemães. Contudo, Keitel bateu o pé e os franceses se curvaram.

Os franceses também aceitaram uma cláusula estipulando que seus nacionais que combatessem ao lado de um terceiro país contra a Alemanha seriam tratados como “franco-atiradores”, ou seja, seriam fuzilados no ato. Acreditando numa rápida conclusão da guerra, os negociadores franceses aceitaram que os prisioneiros não fossem libertados antes da assinatura de um tratado de paz em boa e devida forma.

Resultado: de 1,8 milhão de prisioneiros de guerra, 1,6 foram enviados ao “Grande Reich”. Desses, 250 mil seriam repatriados por motivos diversos e 70 mil se evadiriam. Os outros, ou seja, mais de um milhão, penariam durante quatro anos na Alemanha, geralmente utilizados como mão-de-obra em fábricas ou fazendas, por vezes internados em campos de reeducação como o sinistro Rawa-Ruska.

A convenção do armistício previa a instauração de uma “zona livre” ao sul da França. Era uma astúcia dos alemães para dissuadir os dirigentes franceses de instaurar um governo no exílio e de mantê-los à mão.

Dois dias depois, às 19h35, é assinado em Roma o armistício franco-italiano. Tendo em vista a medíocre performance de suas tropas, Mussolini só pôde conseguir a anexação de uma faixa de algumas centenas de metros na fronteira e a desmilitarização de uma faixa de 80 quilômetros na França e na Tunísia.

A defecção da França, assim como da Bélgica e da Polônia, deixa o Reino Unido sozinho diante da Alemanha nazista. Durante exato um ano, de 22 de junho de 1940 (armistício franco-alemão) a 22 de junho de 1941 (invasão da União Soviética pela Wehrmacht), os britânicos resistiriam sozinhos aos ataques alemães, beneficiando-se apenas da ajuda material dos Estados Unidos e do apoio em homens de seus domínios como o do Canadá. Este período heroico é conhecido como “the lonely year” (o ano solitário).

A maioria dos franceses deixa com Petain os cuidados de protegê-los e se deixam enlevar pelos bons modos do ocupante alemão que se comportou moderadamente até a entrada na guerra da União Soviética, um ano mais tarde.

Ocorreu que entre os colaboradores de primeira hora encontravam-se muitos líderes saídos da esquerda.

Invadida em seis semanas pelos exércitos hitlerianos, a França se resigna à ocupação da maior parte de seu território. Pela convenção do armistício, o governo do marechal Pétain, estabelecido em Vichy, mantém a soberania sobre o restante do território, a chamada “zona livre”. Uma soberania de fachada como se veria.

A “zona livre” seria totalmente invadida pela Wehrmacht em 11 de novembro de 1942, em seguida ao desembarque anglo-saxão na África do Norte, o que reduziu a quase nada as margens de manobra do governo de Vichy.

Também nesta data:

1941 - Nazistas invadem URSS na Segunda Guerra
1950 - Dossiê anticomunista Canais Vermelhos coloca celebridades norte-americanas em lista negra
1987 - Morre Fred Astaire, bailarino, ator e cantor de Hollywood

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História

Hoje na História: 1871 - Guilherme I é proclamado imperador do II Reich Alemão

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Primeiro-ministro Otto von Bismarck seria o grande engenheiro da unificação de reinos e principados sob Berlim

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2021-01-18T19:00:00.000Z

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Embora o Império Alemão já existisse formal e juridicamente, é em 18 de janeiro de 1871 que ocorre a proclamação do rei da Prússia, Guilherme I, como imperador. A solenidade, que ocorreu na cidade francesa de Versalhes, entrou para a história como o dia da fundação de um moderno estado-nação reunido sob Berlim – o II Reich. 

Aos 71 anos, o monarca da dinastia dos Hohenzollern celebrava sua nomeação ao lado de muitos príncipes alemães e numerosos militares de alto escalão. Um coral encerrou a cerimônia religiosa encomendada pelos soberanos no palácio real de uma França já praticamente derrotada. Mas não é a missa em ação de graças que comemoravam. Vieram para concretizar o velho sonho alemão, o sonho do Reich.

O estabelecimento do Império era basicamente obra de longos anos de trabalho e convencimento de Otto von Bismarck, primeiro-ministro prussiano e primeiro chanceler (chefe de governo) do Império recém-fundado.

Demorou muito até que a colcha de retalhos, com seus pequenos principados e reinos, formasse um estado nacional único. O reino teve que travar duas guerras para atingir seu objetivo: em 1866, contra a Áustria, e em 1870 e 1871, contra a França.

Na guerra contra a França, Bismarck conseguiu despertar o entusiasmo nacional que lhe permitiu conquistar a adesão dos principados que ainda resistiam à unificação. No final de 1870, a Liga Setentrional Alemã rebatizou-se como Império restando apenas a adesão do rei Ludwig da Bavária.

Na última noite de 1870, o príncipe herdeiro da Prússia e futuro rei Frederico III escreveu: "o imperador declarou não desejar fazer qualquer manifestação amanhã porque a Bavária ainda não aderiu. Por outro lado, Delbrück comunicou que, hoje à noite, já estará impressa em Berlim a nova Constituição Imperial, que entrará em vigor amanhã, proclamando o Império e o imperador. Bismarck, que eu encontrei na cama e cujo quarto mais parece um verdadeiro depósito de tralha, desaconselhou uma proclamação sem a adesão da Bavária. Então o remeti à histórica data de 18 de janeiro, com o que ele pareceu concordar".

Não haveria data melhor para celebrar este marcante episódio da história germânica. Nesse dia, 170 anos antes, em 1701, o príncipe eleito de Brandemburgo foi coroado o primeiro rei da Prússia. Desde então, a data era lembrada todos os anos. 

Wikimedia Commons
Cena da proclamação de Guilherme I como imperador alemão em Versalhes

Política externa

Nessa época, a Alemanha passou por um dinâmico crescimento econômico, fruto da forte industrialização dos setores de mineração, metalurgia e das engenharias elétrica, mecânica e química. No Gründerzeit (período de fundação), a política externa do imperador Guilherme I garantiu a posição do Império Alemão como grande potência europeia ao estabelecer alianças comerciais e políticas com outros países.

Guilherme II, contudo, adotou uma postura imperialista de atrito com países vizinhos ao isolar a França diplomaticamente. Isso fez com que grande parte das alianças não fosse renovada. A França, em especial, firmou a ‘entente cordiale’ com o Reino Unido, garantindo também laços com o Império Russo. Além de contatos com o Império Austro-húngaro, pouco restava a cada vez mais solitária Alemanha. 

A Conferência de Berlim de 1884-1885 dividiu a África entre as potências européias e o Império ultrapassou suas fronteiras, reivindicando sua cota colonial no continente. A Alemanha obteve a África Oriental, o Sudoeste Africano, Togo e Camarões.



Também nesse dia:

1701 - Nasce o Reinado da Prússia no seio do Sacro Império Romano Germânico
1919 - Começa a convenção do Tratado de Versalhes
1936 - Morre Rudyard Kipling, o poeta que glorificou o Império Britânico na Índia
1943 - Nazistas retomam as deportações de judeus do Gueto de Varsóvia para o campo de extermínio de Treblinka

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