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História

Hoje na História: 1827 – Morre o físico e matemático francês Pierre-Simon Laplace

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Conhecido como "o Newton da França" por sua excelência científica, Laplace foi professor de Napoleão e produziu grandes avanços na astrofísica

Max Altman

2014-03-05T11:00:00.000Z

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Em 5 de março de 1827, morre Pierre-Simon Laplace, astrônomo, físico e matemático francês defensor da doutrina filosófica do determinismo científico que inventou e desenvolveu o que ficou posteriormente conhecido como: a "Transformação de Laplace" e a "Equação de Laplace".

Nascido em uma familia de pequenos proprietários de terra na Normandia, em 28 de março de 1749, Laplace estudou na Universidade de Caen. Por recomendação do enciclopedista  D’Alembert, impressionado com sua habilidade em matemática, assumiu o posto de profesor na Escola Militar de Paris em 1767, onde teve como um de seus alunos o futuro imperador Napoleão Bonaparte. Em 1785, é nomeado membro da Academia de Ciências e em 1795, catedrático de matemáticas do Novo Instituto de Ciências e Artes, que presidiria em 1812. Em 1795, Laplace começou a publicar o primeiro dos cinco volumes que constituiriam duas Mecânica Celeste e em 1796 publica sua Exposição do Sistema do Mundo, em que revela sua hipótese nebular sobre a formação do sistema solar.

Em  1799, foi nomeado ministro do Interior durante o Consulado, se bem que permaneceu no cargo por apenas seis semanas. Seu antigo aluno, Napoleão Bonaparte, lhe condecorou em 1805 com a Legião de Honra e em 1806 com o título de Conde do Império. Em 1812, publica sua Teoria Analítica das Probabilidades e em 1814 o Ensaio Filosófico sobre a Probabilidade. Em 1816, foi eleito membro da Academia Francesa. Apesar de seu passado bonapartista, após a Restauração dos Bourbons, foi o suficiente hábil para conseguir ser nomeado marquês em 1817.

Atento aos descobrimentos de nebulosas levados a efeito por William Herschel na Inglaterra, Laplace pensou que o colapso gravitatório de uma nebulosa poderia ter dado origem à formação do Sol e que o material orbitando em torno do Sol poderia condensar-se para formar uma familia de planetas. Esta teoria explicava de maneira natural que todos os planetas orbitam em torno do Sol no mesmo sentido — de oeste a leste — e que suas órbitas estão num mesmo plano. Herschel concordou com esta ideia e a generalizou para explicar a formação e evolução de todas as estrelas e de sistemas estelares.

Laplace é recordado como um dos maiores cientistas de todos os tempos, às vezes referido como o "Newton da França", com fenomenais faculdades matemáticas não possuídas por nenhum de seus contemporâneos.

Sua obra mais importante, Tratado de mecánica celeste, (1799-1825, 5 vols.), é um compêndio de toda a astronomía de sua época, enfocada de modo totalmente analítico, em que aperfeiçoou o modelo de Newton, que tinha alguns fenômenos  dependendo de explicação, em especial alguns movimentos anômalos que continuavam sem solução: Júpiter estava submetido a uma aceleração aparente enquanto Saturno parecía frear pouco a pouco e a Lua também mostrava um movimiento acelerado. Se esses movimentos continuassem indefinidamente, Saturno cairia sobre o Sol, Júpiter escaparia do sistema solar e a Lua cairia sobre a Terra.

Com apenas 23 anos, Laplace demonstrou que a aceleração de Júpiter e a frenagem de Saturno eram movimentos periódicos. Os longos períodos — em torno de mil anos — fizeram acreditar, até então, que essas variações eram contínuas e indefinidas. Em 1785, demonstrou que tais anomalías se deviam à posição relativa de Júpiter e Saturno em relação ao Sol. Em 1787, Laplace demonstrou que o movimiento anômalo da Lua também era oscilatório e que era provocado por pequenos efeitos no sistema triplo Sol-Terra-Lua. Todas esas ideias foram reunidas em sua obra Exposição do Sistema do Mundo, publicada em 1796.

Laplace acreditava piamente no determinismo causal, como se pode verificar na seguinte citação:

Podemos ver o estado atual do universo como o efeito do pasado e a causa do futuro. Seria possível conceber um intelecto que a qualquer momento conhecesse todas as forças da natureza e as posições dos seres que a compõem. Se ese intelecto fosse vasto o suficiente para submeter os dados à análise, poderia condensar em uma simples fórmula o movimiento dos grandes corpos do universo e do átomo mais ligeiro. Para tal intelecto nada poderia ser incerto e o futuro, assim como o pasado, estariam diante de seus olhos.

Os descobrimentos da Física Quântica e o Princípio da Incerteza provam que tal intelecto é impossível, pelo menos em princípio.

Napoleão, referindo-se a sua obra Exposição do Sistema do Mundo, comentou com o autor: “Contam-me que você escreveu esse livro sobre o Universo sem ter mencionado nem uma só vez ao seu Criador”. Laplace respondeu: “Senhor, nunca precisei dessa hipótese”. Com isto, aludia ao fato de Newton ter se valido da ‘vontade divina’ um século antes, para justificar que sua Lei de Gravitação Universal não tivesse sido capaz de explicar as anomalias dos movimentos de de Júpiter e Saturno. Napoleão comentou a resposta de Laplace ao matemático Lagrange, que exclamou: “Ah, Deus é uma bela hipótese que explica muitas coisas”. Napoleão voltou a Laplace com o comentário de Lagrange, ouvindo de Laplace, consequente com o método científico e com o conceito de previsibilidade do determinismo científico: “Ainda que essa hipótese possa explicar tudo, não permite prever nada”.

 

Também nessa data:
146 - Fim da Terceira Guerra Púnica, com a destruição de Cartago
1815 – Morre o médico alemão Franz Mesmer, pioneiro do hipnotismo

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Direitos Humanos

Anistia Internacional exige respostas sobre violência policial no Brasil

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Órgão cobra respostas do Ministério da Justiça e Segurança Pública pela morte de Genivaldo Santos em Sergipe e da chacina no Complexo da Penha

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-05-27T17:20:00.000Z

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A Anistia Internacional Brasil cobrou, na última quinta-feira (26/05), respostas do Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre a participação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na morte de Genivaldo de Jesus Santos, em Sergipe, na última quarta-feira (25/05). 

Além deste caso, o órgão também questionou a atuação da Polícia Federal e do Batalhão de Operações (BOPE) especiais do Rio Janeiro no Complexo da Penha, que deixou 25 mortos.

Em nota, a organização exigiu “informações sobre o afastamento prévio dos envolvidos” em ambos os casos, cobrando “detalhamento se os policiais estão sendo sujeitos a investigações de eventual falta disciplinar em razão de eventuais excessos em suas atuações durante a operação".

Na última quarta-feira, Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, foi abordado e rendido por dois policiais rodoviários federais na cidade de Umbaúba, localizada no litoral sul de Sergipe. 

Wallyson de Jesus, sobrinho da vítima, afirmou que o tio era diagnosticado com transtornos mentais e ficou nervoso com a abordagem. Após render Santos, os dois policiais o colocaram no porta-malas da viatura e jogaram grandes quantidades de gás lacrimogêneo e spray de pimenta dentro do veículo. 

Por sua vez, no Rio de Janeiro, até o momento 25 pessoas morreram em uma operação policial na Vila Cruzeiro, localizada no Complexo da Penha, na zona norte da cidade. Enquanto a PRF e o BOPE afirmam ter como objetivo a “localização e prisão de lideranças criminosas”, a representação do órgão internacional no Brasil identificou o caso como uma chacina.

"A organização exigiu providências, via ofício, para o gabinete do Ministro Anderson Gustavo Torres, para que apure as condutas dos agentes que podem vir ser caracterizadas como prática de tortura", declarou a Anista, que criada em 1961, tem como foco na luta e respeito pelos direitos humanos de todos os indivíduos. 

Twitter/PRF Sergipe
Anistia Internacional Brasil exige que o uso excessivo e desproporcional de força letal pelos agentes seja averiguado

Leia o comunicado da Anistia Internacional do Brasil na íntegra:

A Anistia Internacional Brasil cobra respostas do Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre as circunstâncias que envolveram a morte de Genivaldo de Jesus Santos, município de Umbaúba, em Sergipe, na quarta-feira, 25, durante uma abordagem de policiais rodoviários federais. E também exige explicações sobre a participação desta força policial na operação conjunta entre Polícia Federal e o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, na Vila Cruzeiro, Complexo da Penha, Rio de Janeiro no dia 24 de maio. 

A organização exigiu providências, via ofício, para o gabinete do Ministro Anderson Gustavo Torres, para que apure as condutas dos agentes que podem vir ser caracterizadas como prática de tortura -- conforme a lei º 9.455/1997, que tem agravante se for praticada por um agente público e Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes da ONU.

Genivaldo, de 38 anos, morreu asfixiado após ser preso no porta-malas de uma viatura dos agentes. Segundo relatos de familiares e noticiados pela imprensa, a vítima foi imobilizada pelos policiais com uso excessivo de força, mesmo depois de sinalizar cooperação e de ter atendido às ordens enunciadas. Além disso, imagens e vídeos que circulam nas redes sociais mostram que Genivaldo foi imobilizado e trancado dentro da viatura, e que uma fumaça saía de dentro do automóvel. 

A Anistia Internacional Brasil lembra que o Ministério da Justiça e Segurança Pública é responsável pelo trabalho da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal. Em relação à Chacina da Vila Cruzeiro, que, até agora, 23 pessoas foram mortas, a Anistia Internacional Brasil exige que a PRF deve averiguar se seus agentes recorreram ao uso excessivo e desproporcional da força letal. Se for o caso, precisa identificar, processar e responsabilizar os agentes públicos e os comandantes envolvidos na abordagem e na operação. A atuação policial deve seguir os protocolos determinados pelo Supremo Tribunal Federal, por meio da ADPF 635.

A organização exige informações sobre o afastamento prévio dos envolvidos tanto na abordagem em Sergipe, quanto na operação no Rio de Janeiro, de suas funções durante as investigações, além de detalhamento se os policiais estão sendo sujeitos a investigações de eventual falta disciplinar em razão de eventuais excessos em suas atuações durante a operação.  

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