Atualizada em 20/07/2017
O rei Abdullah I da Jordânia foi assassinado na Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, por um nacionalista árabe em 20 de julho de 1951, que não aceitava a divisão da Palestina com Israel. Com ele se encontrava o neto Hussein, que se tornaria rei da Jordânia meses depois, uma vez que seu filho Talal sofria de esquizofrenia.
Abd Allah ibn Hussein havia sido emir da Transjordânia entre 1921 e 1946, rei da Transjordânia entre 1946 e 1949 e rei da Jordânia entre 1949 e 1951.
Abdullah nasceu em 1882 na cidade mais sagrada do Islã, Meca, filho de Hussein ibn Ali, que foi rei do Hejaz entre 1916 e 1924. Estudou em Istambul onde participou de círculos nacionalistas árabes.
Entre cerca de 1891 e 1908 viveu em Constantinopla. Em 1912 regressou a esta cidade quando foi eleito representante de Meca no parlamento, função que desempenhou até 1914.
Durante a Primeira Guerra Mundial, junto com o pai e o irmão Faisal, apoiaram os aliados, buscando a independência árabe do governo otomano. Em 1916 dirigiu uma revolta árabe contra o Império Otomano.
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Abdullah I e o ex-primeiro ministro Winston Churchill em 1929 na Jordânia
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Em 1920 foi proclamado rei pelo Congresso iraquiano, porém rechaçou o trono. Sob os auspícios da Inglaterra, Abdullah se converteu em governante – emir – do mandato britânico da Transjordânia em 1921 e quando o mandato se encerrou em 1926 se proclamou rei. Seu objetivo de longo prazo era a criação de um reino que abarcasse Síria, Iraque e Transjordânia. Por Transjordânia entendia-se toda a área a leste do rio Jordão até ao Iraque, sendo este último território governado pelo seu irmão Faisal.
Israel-Palestina
Durante a Segunda Guerra Mundial, Abdullah manteve-se ao lado dos Aliados no Médio Oriente, ajudando a impedir um golpe de estado no Iraque pró-Eixo liderado por Rachid el-Gailani. Como recompensa, os Ingleses fizeram de Abdullah rei da Transjordânia em Maio de 1946.
Embora tenha sido o único governante árabe que aceitou a Partilha da Palestina entre judeus e árabes levada a efeito pelas Nações Unidas em 1947, não obstante cedeu à pressão de outros Estados árabes e dirigiu a Legião Árabe – que havia sido parte do exército britânico.
Em 1948 um congresso árabe em Jerusalém declarou-o rei da Palestina, mas não foi reconhecido como tal por nenhuma potência internacional. Diante destas circunstâncias Abdullah contentou-se por ser monarca do reino Hachemita da Jordânia, que incluía uma parte do território da Palestina a oeste do Jordão. No cenário regional saliente-se que em 1948 tinha sido declarado o estado de Israel, tendo Abdullah mantido contactos secretos com Moshe Dayan que visavam dividir a Cisjordânia entre Israel e a Jordânia.
Depois do armistício de 1949, insistiu na intenção de dar caráter definitivo à anexação dos territórios da Cisjordânia, chegando a mudar o nome de Transjordânia para simplesmente Jordânia.
Os palestinos a ele se opuseram violentamente, acusando-o de conivência com Israel, razão pela qual um deles o assassinou em 20 de julho de 1951, em Jerusalém.