Em 1898, com o início da Guerra Hispano-Americana, o general Emílio Aguinaldo se aliou extra-oficialmente aos Estados Unidos, retornando às Filipinas e reiniciando as hostilidades contra os espanhois. Em junho os rebeldes já haviam conquistado todo o território do país, com exceção de Manila.
No dia 12 de junho de 1898, Aguinaldo proclama a independência da Espanha e inaugura a Primeira República Filipina. Nem Madri tampouco Washington, no entanto, reconheceram a independência do país. O domínio espanhol sobre as ilhas só terminou oficialmente com o Tratado de Paris de 1898, no qual a Espanha cedia as Filipinas e outros territórios aos Estados Unidos. A Guerra Filipino-Americana eclodiria pouco tempo depois.
O herói nacional das Filipinas, o linguista, escritor, artista, médico e cientista José Rizal iniciara um movimento de reforma. Ao mesmo tempto, uma sociedade secreta anti-colonial chamada Katipunan, chefiada por Andrés Bonifácio, começou a revolução, dando aos espanhóis a desculpa que precisavam executar Rizal, que se encontrava em exílio em Dapitan, Mindanao, no sul do país. Ele foi trazido a Manila para julgamento e condenado à morte, embora não se tenha prova de sua participação na revolta.
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Fotografia do Congresso Revolucionário das Filipinas, em Malolos
Sua morte, porém, estimulou ainda mais a Revolução Filipina, que havia se iniciado em agosto de 1896, com a descoberta da Katipunan pelas autoridades espanholas. O movimento é mescla do separatismo e governo paralelo que se havia espalhado pela maior parte das ilhas.
Numa reunião popular em Caloocan, os líderes do Katipunan se organizaram num governo revolucionário, e declararam abertamente a revolução armada por toda a nação. Bonifacio convocou um ataque coordenado à capital, Manila, que fracassou. Mas províncias vizinhas se insurgiram, em especial os rebeldes de Cavite, liderados por Aguinaldo, conquistando vitórias significativas.
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Uma disputa de poder entre os revolucionários levou à execução de Bonifácio em 1897 e a passagem do comando para Aguinaldo, que passou a liderar seu próprio governo revolucionário. Naquele ano uma trégua foi alcançada mediante o Pacto de Biak-ns-Bato. Aguinaldo foi exilado em Hong Kong, todavia, as hostilidades entre rebeldes e o governo espanhol jamais cessaram.
Wikimedia Commons- bandeira da Revolução
Historiadores acreditam que as Filipinas foram colonizadas no paleolítico, quando um povo asiático atravessou por meio de pontes de madeira o caminho que leva à região. Descobertas mais recentes parecem indicar que as ilhas podem ter sido habitadas desde a era pleitocênica.
A primeira grande corrente migratória chegou a essa região através do sul. Acredita-se que esses imigrantes eram de origem indonésio-caucasiana. Posteriormente ocorreram mais duas grandes correntes migratórias. Cada nova corrente impediu os habitantes originais de procurar terra ao norte. A corrente migratória seguinte, cujo apogeu ocorreu no final do século XIV, proveio do reino madjapahit, trazendo consigo a religião muçulmana.
Fernão de Magalhães, navegador português a serviço dos reis da Espanha, descobriu as ilhas no século XVI, ali introduzindo o cristianismo. Os primeiros povoados ocidentais permanentes na ilha de Cebu decorreram da expedição de Miguel López de Legazpi em 1565. Mais tarde os espanhóis estabeleceriam a era da colonização que duraria três séculos. Foram os espanhóis que fizeram de Manila, a partir de 1571, a capital da colônia.
Em 10 de dezembro de 1898, os Estados Unidos adquiriram da Espanha por 20 milhões de dólares as Filipinas por intermédio do Tratado de Paris, levando o país a ser dominado por Washington por 48 anos. Após uma guerra por sua independência que durou cerca de três anos e outra, pelo mesmo motivo, que durou cerca de quatro anos, derrotadas nas duas guerras, Filipinas se converteu numa colônia dos Estados Unidos, que impôs seu idioma e cultura nas ilhas. Finalmente, em 4 de julo de 1946, depois da II Guerra Mundial, os Estados Unidos concederam a Filipinas uma independencia mais formal que real.
Contudo, as Filipinas lutaram junto à bandeira norte-americana contra o Japão na II Guerra Mundial. A heróica batalha de Bantam impediu o avanço das tropas japonesas em direção à Austrália.
Os norte-americanos tentaram mudar em 1946 o dia da independência das Filipinas para 4 de julho, dia da independência das Estados Unidos. Queriam que os filipinos acreditassem que fora Washinghton a proporcionar a independência filipina. Contudo, a história era outra. Antes de os norte-americanos ali aportarem, os filipinos haviam conquistado pelas armas a sua própria independência da Espanha. Desse modo, a festa de independência do país continua a ser comemorada em 12 de junho.
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