O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o vice-primeiro-ministro Shaul Mofaz, líderes dos principais partidos do governo, concordaram neste domingo (08/07) em redigir uma lei que, pela primeira vez, ampliará o alistamento obrigatório no país, que até agora isenta os judeus ultraortodoxos e a minoria árabe.
Agência Efe
O primeiro-ministro israelense discursa durante anúncio de acordo sobre alistamento militar.
A lei, cujo escopo ainda falta ser definido, será redigida por uma equipe que será presidida pelo ministro de Assuntos Estratégicos, Moshe Yaalon, do partido governista Likud (direita), e pelo deputado do Kadima (centro-direita) Yohanan Plesner. Uma vez terminada, a proposta será submetida a votação no próximo domingo no conselho de ministros, assinalou o escritório do líder do governo.
O acordo surgiu de uma reunião realizada entre Netanyahu (Likud) e Mofaz (Kadima), depois da ameaça do vice-primeiro-ministro em abandonar a coalizão devido justamente a este assunto. Horas antes, o Likud tinha aprovado por unanimidade os seis pontos do relatório de Plesner, que defendia o alistamento progressivo de judeus ultraortodoxos e um adiamento do debate sobre a inclusão dos árabes. No entanto, o partido recomenda que o debate sobre o alistamento de árabes não demore.
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Com os pactos deste domingo, um dia após cerca de 20 mil pessoas irem às ruas de Tel Aviv para reivindicar o “alistamento universal” em Israel, Netanyahu abriu a reunião do gabinete governamental com o anúncio de uma “mudança histórica” do status quo que, em suas palavras, “nem as Forças Armadas, nem a economia e nem a sociedade podem manter”.
“Após 64 anos em que o assunto não foi resolvido como deveria, nos encontramos diante de um processo histórico e uma mudança considerável da participação de ultraortodoxos e árabes na distribuição da carga”, declarou o premiê, segundo o comunicado de seu escritório.
Netanyahu expressou “compreensão plena” com os que servem ao serviço militar e com suas famílias, e prometeu um sistema de incentivos e penalizações. O alcance da obrigação militar domina o debate político israelense nas últimas semanas pela negociação de um texto legal que substitua o anterior, declarado inconstitucional pela Corte Suprema por fazer discriminação entre os jovens do país.
O tribunal determinou que o Executivo não renove a lei de isenções no dia 1º de agosto, quando expira a regulamentada há uma década.