Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
Política e Economia

É hora de reverter o golpe de Estado, diz candidata à Presidência de Honduras

Encaminhar Enviar por e-mail

Xiomara Castro é casada com o presidente deposto Manuel Zelaya e concorrerá pela coalizão oposicionista Libre

Giorgio Trucchi

2012-07-02T19:40:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

 

Depois do dia 28 de junho de 2009, quando militares invadiram sua casa a tiros e levaram embora seu marido, o então presidente Manuel Zelaya, Xiomara Castro teve que suportar ameaças, perseguições e o medo de ser presa. Escondeu-se com sua família para não ser descoberta, mas nunca se exilou. Um mês após o golpe, hospedada em um pequeno hotel do vilarejo de El Paraíso, a poucos quilômetros da fronteira com a Nicarágua, a primeira-dama tenta ser eleita presidente.

Ela lembra do sentimento de impotência que experimentou ao enfrentar o regime de Roberto Micheletti. Mas a ex-primeira-dama garante que está pronta para resistir e exigir seus direitos. “Ninguém pode evitar que continuemos lutando e ninguém pode negar que esse esforço possa servir de exemplo para todas as pessoas que sentem seus direitos violentados”, dizia na ocasião.

Giorgio Trucchi/Opera Mundi
Três anos depois, Xiomara Castro é a candidata consensual do Partido Libre (Liberdade e Refundação), braço político-eleitoral do FNRP (Frente Nacional de Resistência Popular) e fundado por Manuel Zelaya em 2011. Em entrevista exclusiva ao Opera Mundi, a ex-primeira-dama disse estar preparada para enfrentar este novo desafio e espera contar com o carinho e o apoio do povo hondurenho.

A candidata presidencial alega não sentir rancor algum pelo o que já passou. Mas, pelo contrário, garante que, se assumir a Presidência de Honduras, convocará todos os setores do país para fomentar um verdadeiro diálogo e conquistar a reconciliação por meio de uma Assembleia Nacional Constituinte.

*   *   *

Opera Mundi: Já se passaram três anos. Como está o povo hondurenho?
Xiomara Castro: No dia em que ocorreu o golpe de Estado, pensaram que só haveria três dias de protestos e que Honduras voltaria à normalidade, como sempre ocorreu no passado. Pensaram que o povo hondurenho continuaria submisso em sua indiferença, em sua apatia. Mas se enganaram, porque, mesmo após três anos de golpe, o povo segue de pé, pedindo o retorno da ordem constitucional, o respeito aos direitos humanos, e exigindo justiça pelos mártires que derramaram seu sangue pelo delito de defender a democracia em nosso país. Foram três anos de crise política, econômica e social, mas o povo já está consciente de que chegou o momento de reverter o golpe de Estado. Honduras não vai mais exportar estratégias para que outros países da América Latina continuem sofrendo com golpes de Estado.

OM: A senhora se refere à situação do Paraguai?
XC: Evidente. Em Honduras vamos conquistar o poder. O povo vai retornar ao poder e vamos refundar nossa pátria mudando esse sistema que não dá respostas e oprime aos que mais sofrem no país. Vamos mudar porque queremos um sistema justo, igualitário, onde todos e todas tenham oportunidades. Vamos provar, com nosso exemplo, com o povo em luta e com esse sangue derramado, que somos capazes de mudar a história dos países e que é possível nunca mais ocorrer um golpe de Estado na América Latina. 

 

OM: Qual é sua opinião sobre os objetivos do Congresso de Honduras ao introduzir na Constituição a figura jurídica do “juízo político”?
XC: Deveria ter sido discutido, mas vou mais além. Creio que deveríamos considerar a introdução da “morte cruzada” e do “referendo revocatório”, isto é, que não sejam os deputados os responsáveis por decidir o futuro do país, mas sim todo o povo. É necessária a participação do povo em todas as decisões tomadas e isso faz parte das propostas que vamos levar adiante.

OM: Em algum momento você imaginou que, três anos após o golpe, iria ser candidata à Presidência de Honduras?
XC: Nunca imaginei. Nunca pensei que fôssemos avançar tanto e nem que o povo iria perceber a necessidade de mudar radicalmente as coisas de nosso país. Aqueles eram dias de violência e terror e eu via um povo valente enfrentando as armas, lutando contra o poder que de fato estava se instalando no país. Eu me juntei às pessoas. Crescemos em consciência e percebemos que Honduras nunca mais seria a mesma.

OM: A senhora pensa que os setores que planejaram e executaram o golpe e que, dessa forma, estão à frente das instituições de Honduras, vão permitir mudanças?
XC: Eu acredito que o povo defenderá as urnas e confio no desejo expresso pelos eleitores. Vai ser muito difícil implementar uma fraude neste processo eleitoral que vivenciaremos. Confio também nos países amigos, que vão vigiar a transparência desse processo.

OM: A FNRP e o Libre mantêm a posição de que a luta para o poder deve ser pacífica?
XC: Só conhecemos este caminho para o poder. Nós nos opomos ao uso de armas e da força bruta e demonstramos isso durante estes três anos de luta firme, mas pacífica. Os outros são os que usam da violência; nós somos os que tivemos mortos, que sofremos perseguições e violações dos direitos humanos. Nunca levantamos a mão contra algum irmão ou irmã que não possui as mesmas opiniões que as nossas.

OM: Quais vão ser as primeiras medidas que você irá tomar caso seja eleita presidente do país?
XC: O objetivo primordial da aliança Libre será refundar o país e chegar a um verdadeiro pacto social que reconcilie a sociedade hondurenha. No mesmo dia da posse, vamos nos sentar com todos os setores e vamos convocar uma Assembleia Nacional Constituinte, para iniciar com passos firmes este novo processo e, assim, lançar bases sólidas para a democracia.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Guerra na Ucrânia

Moscou acusa Ucrânia de atacar cidade russa com mísseis

Encaminhar Enviar por e-mail

Pelo menos três pessoas morreram após explosões em Belgorod, diz autoridade local; russos reivindicam tomada de Lysychansk

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-07-03T14:31:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

A Rússia acusou neste domingo (07/03) a Ucrânia de disparar três mísseis contra a cidade de Belgorod, perto da fronteira ucraniana, em ataques nos quais pelo menos três pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas.

"As defesas antiaéreas russas derrubaram três mísseis de fragmentação Tochka-U lançados por nacionalistas ucranianos contra Belgorod", disse o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, acrescentando que "após a destruição dos mísseis ucranianos, os destroços de um deles caíram sobre uma casa".

Antes, o governador da região, Viacheslav Gladkov, havia informado na rede Telegram que explosões foram registradas na cidade nas primeiras horas deste domingo, danificando 11 prédios residenciais e 39 casas.

"As causas do incidente estão sendo investigadas, as defesas antiaéreas foram ativadas", acrescentou, sem dar mais detalhes.

Gladkov disse que foi rapidamente para as cinco ruas afetadas pelas explosões no norte da cidade, não muito longe do centro.

Um homem e uma criança foram hospitalizados, outros dois feridos foram atendidos no local, segundo autoridades locais.

Desde o início da ofensiva da Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro, o governo russo acusou repetidamente as forças ucranianas de realizar ataques em solo russo, especialmente na região de Belgorod.

Em Belgorod vivem cerca de 400 mil pessoas. A cidade fica cerca de 40 quilômetros ao norte da fronteira com a Ucrânia e é o centro administrativo da região de mesmo nome.

No início de abril, o governador Gladkov acusou a Ucrânia de atacar um depósito de combustível em Belgorod com dois helicópteros.

Belarus também acusa ataques ucranianos

O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, disse que seu exército derrubou mísseis disparados em seu território a partir da Ucrânia e promete responder "instantaneamente" a qualquer ataque inimigo.

"Estamos sendo provocados", disse Lukashenko à agência de notícias estatal Belta. "Devo dizer que cerca de três dias atrás, talvez mais, eles tentaram atacar alvos militares em Belarus a partir da Ucrânia.

Yevgeny Silantyev/TASS/dpa/picture alliance
Segundo autoridade regional, 11 prédios e 39 casas foram danificadas em Belgorod

A Ucrânia disse na semana passada que mísseis disparados de Belarus atingiram uma região de fronteira dentro de seu território.

Russos reivindicam tomada de Lysychansk

O governo da Rússia afirmou que suas forças assumiram neste domingo o controle da última grande cidade controlada pela Ucrânia na província de Lugansk, aproximando Moscou de seu objetivo declarado de tomar toda a região ucraniana de Donbass.

O ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, disse ao presidente russo, Vladimir Putin, que tropas russas junto com membros de uma milícia separatista local "estabeleceram o controle total sobre a cidade de Lysychansk", segundo agências russas de notícias.

Combatentes ucranianos passaram semanas tentando defender Lysychansk e impedir que seja tomada pela Rússia, como ocorreu com a vizinha Sievierodonetsk há uma semana.

Um conselheiro do presidente ucraniano previu na noite de sábado que a cidade pode ser ocupada pelos invasores dentro de dias.

As autoridades ucranianas não forneceram imediatamente uma atualização sobre a situação da cidade.

Há uma semana, o governador de Lugansk disse que as forças russas estavam fortalecendo suas posições em uma batalha severa para capturar o último reduto de resistência na província. "Os ocupantes lançaram todas as suas forças em Lysychansk. Eles atacaram a cidade com táticas incompreensivelmente cruéis'', afirmou Serguei Haidai disse no aplicativo de mensagens Telegram.

Um rio separa Lysychansk de Sievierodonetsk. Oleksiy Arestovych, um conselheiro do presidente ucraniano, disse durante uma entrevista online na noite de sábado que as forças russas conseguiram pela primeira vez atravessar o rio pelo norte, criando uma situação "ameaçadora".

Arestovych disse que os invasores não chegaram ao centro da cidade, mas que o curso dos combates indicava que a batalha por Lysychansk seria decidida até segunda-feira.

As forças russas intensificaram no sábado seus ataques à cidade ucraniana de Lysychansk, alegando ter cercado “completamente” o último reduto ucraniano na região de Lugansk. A Ucrânia negou o cerco.

Se Lysychansk cair, toda a região de Lugansk – que junto com Donetsk compõe a região leste do Donbass – poderá ficar sob controle russo, marcando outro avanço estratégico para o presidente russo, Vladimir Putin.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados