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Política e Economia

Parceria entre Brasil e Israel deve financiar empresas que operam em assentamentos ilegais

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Quase metade das companhias inscritas em projeto de cooperação tem negócios nos territórios palestinos ocupados

Marina Castro

2013-09-05T22:46:00.000Z

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O Brasil pode financiar empresas que operam ilegalmente nos assentamentos israelenses nos Territórios Palestinos Ocupados, segundo um relatório do movimento Stop the Wall e da Fepal (Frente Árabe Palestina do Brasil) que deve ser publicado nesta sexta-feira (06/09). A iniciativa é decorrente do projeto de cooperação tecnológica entre Brasil e Israel, em que empresas de ambos os países podem se inscrever para receber financiamento até fevereiro de 2014.

O programa é executado em conjunto pela Secretaria de Inovação do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil) e pelo Matimop, que é o Centro Industrial Israelense de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) do OCS (Escritório do Chefe Cientista, na sigla em inglês) no Ministério de Comércio Industrial e Trabalho de Israel.

Segundo o relatório, intitulado “Cooperação Bilateral em Pesquisa e Desenvolvimento Industrial: cooperação com violações israelenses do direito internacional e dos direitos humanos?”, esse tipo de relação “não só direta ou indiretamente legitima as políticas israelenses atuais, mas também contribui para a sustentabilidade da ocupação, colonização e apartheid israelense”.

Wikicommons

Barreira israelense em rua palestina. Organizações em defesa dos palestinos consideram que o Estado judeu fere direitos humanos 

O texto aponta que, das 22 empresas israelenses inscritas no programa até agora, mais de 40% “representam sérias questões de elegibilidade”: ao menos uma das companhias parece ser sediada em Jerusalém Oriental ocupada, uma presta serviços para empresas dos assentamentos e outra é parcialmente detida por uma estatal israelense que opera nos assentamentos e presta serviços à ocupação militar, por exemplo.

Além disso, pelo menos uma empresa está financiando diretamente o fornecimento de equipamentos para uma estatal que presta serviços nos assentamentos, enquanto outra tem um projeto beneficiando as operações de ocupação nas Colinas de Golã Sírio e há suspeitas de que mantém uma companhia nos territórios ocupados. 

O documento aponta ainda que pelo menos duas empresas são sediadas nos Estados Unidos, o que “não é relevante em termos de violações do direito internacional e dos direitos humanos, mas levanta questões de boa-fé”.

Incoerência

A coordenadora de relações internacionais do Stop the Wall, Maren Mantovani, lamentou que um país como o Brasil, um dos mais proeminentes na luta pelo reconhecimento da Palestina, esteja agora agindo na direção contrária e apoiando, mesmo que indiretamente, os assentamentos israelenses.

“O Brasil deu, a nível político, um papel muito importante à soberania dos palestinos”, afirmou Maren. “Nós pensamos que uma cooperação dessa maneira com Israel é apoiar indiretamente as políticas desse país”, lamentou. Ela considerou a iniciativa “uma contradição evidente” e lembrou que a própria Constituição brasileira assegura os direitos humanos, que seriam desrespeitados pelo Estado judeu.

Entretanto, não é a primeira vez que o Brasil se compromete a cooperar de alguma maneira com Israel. Em abril deste ano, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, assinou convênio com uma empresa militar israelense chamada Elbit, para uma parceria no polo aeroespacial gaúcho, que deve criar a segunda base nacional para lançamentos de satélites.

Outros países

O documento da Felap e do Stop the Wall lembra que países como Estados Unidos e Alemanha assinaram cláusulas territoriais que os impedem de financiar projetos desenvolvidos em terras sob a jurisdição do Estado de Israel depois de 05 de junho de 1967, data de início da Guerra dos Seis dias.

Para a GIF (Fundação Alemã-Israelense para Pesquisa e Desenvolvimento), os alemães assinaram cláusula assegurando que “a GIF pode apoiar apenas projetos realizados dentro das áreas geográficas sob a jurisdição do Estado de Israel antes de 05 de junho de 1967”. O mesmo ocorreu no âmbito das regras de elegibilidade da Fundação Binacional de Ciência Estados Unidos-Israel.

Wikicommons

Sinagoga em Jerusalém Oriental ocupada, mais uma marca da presença israelense entre os palestinos 

O relatório também comemora que a União Europeia tenha publicado orientações detalhadas para financiamento e apoio financeiro a entidades israelenses, cujas diretrizes são “um passo importante para a aplicação dos requisitos de incorporação de normas de direito internacional e de direito existente das instituições da UE que incorporam a lei internacional”.

Entretanto, o texto diz que “é importante salientar que as diretrizes não são um ato político, mas uma operação técnica de aplicar as obrigações legais existentes”. Ainda assim, as organizações agradecem à União Europeia, “em especial devido ao fato de que alguns governos da UE não estão mesmo reconhecendo a soberania palestina sobre os territórios ocupados em 1967”.

O Itamaraty, segundo o Stop the Wall e a Fepal, já sabem do problema, inclusive porque o tema foi abordado durante a mesa de Oriente Médio da Conferência Nacional “2003-2013: uma nova política externa”, realizado em julho deste ano na Universidade Federal do ABC.

Amanhã, uma delegação do BNC (Comitê Nacional Palestino pelo Boicote, Desinvestimento e Sanções), se reunirá com o cônsul brasileiro na cidade palestina de Ramallah, embaixador Paulo França. O grupo deve entregar uma carta conjunta de parabéns ao novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, que ao mesmo tempo insta o Ministério a suspender o projeto de financiamento entre Brasil e Israel pelo risco de serem apoiadas empresas que atuam nos assentamentos israelenses.

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Coronavírus

Coronavírus na África: siga, com mapas e gráficos, a situação da pandemia no continente

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Em mapas e gráficos interativos, é possível acompanhar a evolução da pandemia da covid-19 nos países africanos

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-01-15T20:59:00.000Z

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Em mais um recurso para a cobertura da pandemia do novo coronavírus, Opera Mundi selecionou mapas e gráficos elaborados pelo site Our World in Data, um projeto vinculado à Universidade de Oxford, no Reino Unido, pelo qual é possível acompanhar as últimas atualizações da covid-19 na África.

Os gráficos e mapas estão em inglês e têm uma defasagem máxima de 24 horas. Os dados que os alimentam são coletados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças da União Europeia.

Passe o mouse ou clique nas linhas para ver os números. Você também pode obter informações de cada país passando o mouse dentro do mapa. Se você quiser assistir a uma animação que mostra as evoluções, basta clicar no símbolo de play ( ) no pé de cada gráfico.


Corrida da vacina: quais países já começaram a imunizar contra a covid-19?


É possível acompanhar a situação do Brasil durante a pandemia com gráficos e mapas aqui. A evolução da pandemia a nível global está disponível aqui.

Antes, abaixo, você vê a tradução do nome dos países do inglês para o português. Arraste a tabela para o lado, se precisar:

InglêsPortuguêsInglêsPortuguês
AlgeriaArgéliaLiberiaLibéria
AngolaAngolaLibyaLíbia
BeninBenimMadagascarMadagascar
BotswanaBotswanaMalawiMalawi
Burkina FasoBurkina FasoMaliMali
BurundiBurundiMauritaniaMauritânia
Cabo VerdeCabo VerdeMauritiusMaurícia
CameroonCamarõesMoroccoMarrocos
Central African RepublicRep. Centro-AfricanaMozambiqueMoçambique
ChadChadeNamibiaNamíbia
ComorosIlha de ComoresNigerNíger
Congo, Dem. Rep. of theRep. Democr. do CongoNigeriaNigéria
Congo, Republic of theRepública do CongoRwandaRuanda
Cote d'IvoireCosta do MarfimSao Tome and PrincipeSão Tomé e Príncipe
DjiboutiDjiboutiSenegalSenegal
EgyptEgitoSeychellesIlhas Seychelles
Equatorial GuineaGuiné EquatorialSierra LeoneSerra Leoa
EritreaEritreiaSomaliaSomália
EswatiniEswatiniSouth AfricaÁfrica do Sul
EthiopiaEtiópiaSouth SudanSudão do Sul
GabonGabãoSudanSudão
GambiaGâmbiaTanzaniaTanzânia
GhanaGanaTogoTogo
GuineaGuinéTunisiaTunísia
Guinea-BissauGuiné-BissauUgandaUganda
KenyaQuêniaZambiaZâmbia
LesothoLesotoZimbabweZimbábue


Novos casos

Neste mapa, você vê quantos novos casos já foram confirmados no continente africano. Passe o mouse ou clique em cada país (se você estiver no celular) para ver o número.

Evolução de casos

Por este gráfico, é possível acompanhar a evolução dos casos nos países onde há dados disponíveis.

Casos em comparação com outros continentes

Neste gráfico, você consegue comparar a quantidade de casos na África com outros continentes. É possível analisar os números africanos em relação aos da Europa, América do Norte, América do Sul, Ásia e Oceania.

Número de mortes

Neste mapa, você vê o número total de mortos por covid-19 na África. Até o momento, países da região norte lideram em número de vítimas. Passe o mouse ou clique em cada país (se você estiver no celular) para ver o número.

Evolução de mortes

Por este gráfico, é possível acompanhar a evolução das mortes nos países onde há dados disponíveis.

Mortes por milhão de habitantes

Neste gráfico, você consegue acompanhar a quantidade de mortes em decorrência do novo coronavírus em proporção para cada milhão de habitantes do continente. (Tradução: x.x deaths por million = x.x mortes por milhão)

Mortes em comparação com outros continentes

Neste gráfico, você consegue comparar a quantidade de mortes por covid-19 na África com outros continentes. É possível analisar os números africanos em relação aos da Europa, América do Norte, América do Sul, Ásia e Oceania.

Curva de casos

O gráfico logarítmico abaixo mostra como a curva de casos confirmados na África está evoluindo, ao mesmo tempo, a compara com alguns dos países mais afetados pelo coronavírus do mundo.

Este gráfico contém outros países que não estão na África para efeito de comparação (United States = Estados Unidos; Spain = Espanha; Italy = Itália; Brazil = Brasil).

Curva de mortes

O gráfico logarítmico abaixo mostra como a curva de mortes por coronavírus confirmadas da África está evoluindo, ao mesmo tempo, a compara com alguns dos países mais afetados pelo coronavírus do mundo. 

Este gráfico contém outros países que não estão na África para efeito de comparação (United States = Estados Unidos; Spain = Espanha; Italy = Itália; Brazil = Brasil)


Saúde

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