Dos seis israelenses detidos ontem pela polícia local pelo assassinato de um adolescente palestino, três deles confessaram nesta segunda-feira (07/07) ter cometido o homicídio.
O corpo do jovem Mohammed Abu Khdeir, de 16 anos, foi encontrado há quatro dias em uma área florestal próxima a Jerusalém. A polícia suspeita que o homicídio tenha sido levado a cabo por judeus extremistas como um ato de vingança contra o sequestro e a morte de três adolescentes israelenses na Cisjordânia. O resultado preliminar da autópsia fornece indícios de que o palestino foi queimado vivo — há traços de fuligem e fumaça na garganta e nos pulmões de Abu Khdeir, indicando que ele ainda respirava quando atearam fogo em seu corpo.
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Agência Efe
Crianças palestinas em frente a destroços de sua casa atingida por bombardeios de Israel em Rafah, na Faixa de Gaza
Os três suspeitos confessos fizeram hoje a reconstituição do crime, refazendo a rota do carro com o qual o garoto palestino foi capturado. A polícia também investiga se os seis detidos teriam ligação com a tentativa de sequestro de Mussa Zalum, garoto palestino de 9 anos de idade — um dia antes da morte de Abu Khdeir.
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A contagem de corpos na Faixa de Gaza subiu na madrugada de hoje: há notícias de pelo menos mais oito mortos e três feridos . Segundo um porta-voz do braço armado do Hamas, grupo que controla o território palestino em Gaza, bombardeios da Força Aérea Israelense deixaram seis combatentes do Hamas mortos. É o ataque mais mortal empreendido por Israel na região desde a escalada de violência — que também contaminou as redes sociais — em função do sequestro e morte dos três judeus ortodoxos e do jovem palestino.
Após cerca de 25 projéteis terem sido lançados em Gaza apenas no dia de ontem, militares israelenses disseram que suas aeronaves tinham como alvo “locais de terror e lança-foguetes escondidos na Faixa de Gaza”. Segundo o Exército, um soldado israelense foi ferido na ofensiva do Hamas.
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Agência Efe
Oficiais israelenses patrulham a cidade de Hebron, na Cisjordânia, em meio ao aumento da tensão e dos embates na região
O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, acusou e ameaçou retaliar Israel, que deverá “pagar o preço” após os bombardeios. Segundo Tel Aviv, cerca de 20 mísseis palestinos foram disparados de Gaza contra o território israelense no último domingo.
Escalada de violência
A onda de violência e protestos desatada após a morte do garoto palestino e dos três judeus — Eyal Yifrach, 19, Naftali Fraenkel, 16, e Gilad Shaar, 16 — é tida como a mais grave dos últimos anos em Jerusalém Oriental. Há alguns dias, cidades árabes de Israel e outras regiões palestinas têm registrado diversas mobilizações públicas e embates com forças policiais.
Em um comunicado emitido, o primeiro-ministro israelense, Benjamim Netanyahu condenou o extremismo judeu ao dizer que o governo do país “não diferencia terrorismo de terrorismo”. A família de um dos judeus assassinados expressou suas condolências aos parentes do palestino morto, expressando seu “horror” ao saber que os autores do homicídio eram judeus.
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Os ataques de ambos os lados colocam em xeque as negociações, que vêm sendo realizadas desde sexta-feira (04/07) entre Israel e o Hamas, com mediação egípcia, para tentar salvar o cessar-fogo firmado em 2012.