Atualizada às 12h20
Os principais sindicatos da Grécia realizam nesta quinta-feira (03/12) a segunda greve geral de 24h no país desde que o partido de esquerda Syriza, do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, assumiu o governo em janeiro deste ano.
Trata-se da segunda paralisação do gênero em menos de 30 dias na nação. Em ambos os casos, movimentos sociais expressaram descontentamento com os cortes orçamentários e com a reforma da previdência.
EFE
Vários membros do sindicato comunista PAME protestaram diante da sede do Parlamento da Grécia
Essas medidas de austeridade foram acordadas há cerca de três meses entre Tsipras e os credores europeus para um terceiro resgate financeiro no valor de até 86 bilhões de euros a serem entregues em parcelas nos próximos três anos.
As duas confederações sindicais mais importantes, ADEDY, do setor público, e GSEE, do privado, chamaram os trabalhadores a se manifestarem contra as políticas de austeridade, que também implicarão a elevação de impostos e afetarão sobretudo a renda mensal de aposentados.
Segundo o jornal grego Ekathimerini, a maior parte dos serviços públicos estará fechada, embora o setor de transportes — como metrôs, bondes e ônibus — e de hospitais funcionem de forma limitada. Alguns voos nacionais foram afetados e o sistema aéreo também deve atuar de modo parcial na capital, Atenas.
EFE
Protestos em Atenas nesta manhã: manifestantes pedem fim da austeridade prometida por Tsipras
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Os sindicatos convocaram de manhã uma passeata que partirá da praça de Klafthmonos até a de Syntagma, sede do Parlamento da Grécia. Haverá também outra manifestação, organizada pelo PAME, o sindicato do Partido Comunista, e uma concentração dos profissionais da saúde em frente ao Ministério da Saúde, reportou a Agência Efe.
Syriza
Na última greve geral, de 12 de novembro de 2015, o Syriza afirmara à época que a paralisação era vista com simpatia, pois se tratava de uma mobilização contra “as políticas neoliberais e à chantagem dos centros financeiros e políticos, dentro e fora da Grécia”. Entretanto, o partido ainda não se posicionou desta vez.
Em janeiro, Tsipras chegou ao poder com o discurso de que a “austeridade era coisa do passado” e prometeu fazer frente aos credores internacionais para renegociar a dívida pública.
Após um referendo, em julho, em que mais de 60% da população pediu o “não” a um acordo de austeridade, o premiê chegou a renunciar e a convocar eleições antecipadas, mas foi reeleito. Pouco depois, fechou um acordo de resgate financeiro com a troika (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia), em troca de medidas impopulares de cortes de gastos.
EFE
Primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras: ele ainda não se posicionou sobre paralisação