Os Estados Unidos já gastaram meio bilhão de dólares com a base naval do país na baía de Guantánamo, em Cuba, em obras e manutenção de suas instalações – inclusive a prisão onde são mantidos estrangeiros capturados em ações no Afeganistão e Iraque sob acusações informais de terrorismo -, revelou nesta segunda-feira (7/6) o jornal norte-americano The Washington Post.
Segundo o Post, o Pentágono gastou pelo menos 500 milhões de dólares, sem contar os chamados “bônus de construção” pagos às empreiteiras, normalmente na ordem de milhões de dólares. O montante não inclui custos de operação, que somam cerca de 150 milhões de dólares anuais – o que, conforme o jornal, seria o dobro do gasto médio de uma prisão convencional nos EUA. Se fossem somados, esses gastos fariam a conta paga pelos norte-americanos desde 2001 para manter Guantánamo passar de 2 bilhões de dólares.
Em reportagem investigativa de Scott Higham e Peter Finn, o jornal publica valores de obras de “melhoramentos” construídos no terreno de quilômetros quadrados da base, algumas de lazer ou puramente cosméticas: 3,5 milhões de dólares em 27 playgrounds que ficam vazios na maior parte do tempo; 773 mil dólares em uma lanchonete; 683 mil dólares em uma sorveteria; 296 mil dólares em uma pista de kart (inutilizada); 249 mil dólares em um campo de voleibol (hoje abandonado); e 188 mil dólares em um letreiro luminoso na entrada da base.
Em comparação, o custo da construção do tribunal local onde os supostos terroristas são “julgados” passou de 13 milhões de dólares.
Mais lazer, menos presos
Outras obras de valor não especificado, mas que custaram “milhões”, de acordo com o Washington Post, foram um campo de futebol de grama artificial, campos de beisebol, mais pistas de atletismo, de skate e de hóquei.
O diário da capital norte-americana lembra ainda que o governo Obama planeja acabar com a prisão na base e transferir os detentos para uma outra no estado do Illinois. “Mas a perspectiva de ver a partida dos detentos parece cada vez mais um projeto a longo prazo. Se o presidente tiver sucesso, o Pentágono vai deixar para trás um acampamento militar, recentemente remodelado, e inúmeras perguntas sobre se valeu a pena o custo”, diz a matéria.
Ainda de acordo com o jornal, a prisão de Guantánamo chegou a ter 680 prisioneiros em maio de 2003, número que foi sendo reduzido até chegar aos atuais 181.
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