O estrategista-chefe da Casa Branca, considerado o mais polêmico assessor do governo por causa de seus vínculos com à extrema-direita, deixou nesta sexta-feira (18/08)o cargo após perder nas últimas semanas a confiança do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“O chefe de gabinete da Casa Branca, John Kelly, e Steve Bannon decidiram mutuamente que hoje seria o último dia de Steve. Agradecemos pelo seu serviço e o desejamos o melhor”, disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, em um breve comunicado.
Trump comunicou aos seus assessores na manhã de hoje que tinha decidido demitir Bannon, segundo o jornal The New York Times.
O entorno de Bannon defende, no entanto, que a decisão de deixar o governo foi do próprio estrategista-chefe. Uma fonte próxima ao assessor disse ao Times que ele tinha apresentado uma carta de renúncia a Trump no último dia sete de agosto.
Os rumores sobre uma possível saída de Bannon circulavam há dias e ganharam força na terça-feira, quando Trump evitou responder a pergunta de um jornalista se mantinha confiança no assessor.
Agência Efe
Ex-diretor do site de extrema-direita “Breitbart News”, Bannon ganhou muito poder na Casa Branca no início do governo Trump
NULL
NULL
“Veremos o que ocorrerá com o senhor Bannon”, respondeu Trump em uma entrevista coletiva em Nova York sobre os episódios de violência racista registrados em Charlottesville no fim de semana.
Trump afirmou que Bannon é um “bom homem” e que “não é racista”. O presidente também disse que a imprensa tratava “muito injustamente” o agora ex-estrategista-chefe.
Bannon, ex-diretor do site de extrema-direita Breitbart News, ganhou tanto poder dentro da Casa Branca no início do mandato de Trump que alguns brincavam que ele era o presidente de fato.
O estrategista-chefe foi responsável por manter Trump comprometido com o discurso populista que o levou ao poder e o motivou, entre outras coisas, a publicar o polêmico decreto que vetava a entrada de refugiados e imigrantes de alguns países muçulmanos nos EUA. Bannon também está por trás da saída do país do Acordo de Paris sobre a mudança climática.
De acordo com o Times, Bannon estava em confronto aberto com o novo chefe gabinete da Casa Branca, John Kelly, que o alertou que não toleraria as manipulações escusas do estrategista-chefe.
Alguns acusavam Bannon de ter vazado aos jornalistas informações negativas sobre o assessor de segurança nacional de Trump, H.R. McMaster. Além disso, ele tinha uma importante rivalidade com Jared Kushner, genro e também assessor do presidente.
O dono da emissora conservadora Fox News, Rupert Murdoch, pediu que Trump demitisse Bannon em um recente jantar em Nova Jersey. O presidente não descartou a ideia, segundo o Times.
A violência deste fim de semana em Charlottesville, provocada por grupos neonazistas, deu mais força aos que consideravam que Bannon deveria sair da Casa Branca, apesar de o assessor ter tentado se desassociar desses grupos em uma rara entrevista concedida à revista The American Prospect. Na entrevista, Bannon chama os membros de grupos neonazistas de “perdedores” e “palhaços”.