A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, anunciou nesta segunda-feira (29/10) que não irá concorrer à reeleição, encerrando seu governo nas próximas eleições de 2021.
A decisão irá pôr fim aos 16 anos de governo da conservadora, que ainda anunciou que deixará a presidência de seu partido, a União Democrata Cristã (CDU).
“Como chanceler, tenho responsabilidade por tudo, por aquilo que alcançamos e por aquilo que não alcançamos. Chegou o momento de abrir um novo capítulo: não me candidatarei como presidente da CDU, e este quarto mandato é o último como chanceler. Não me recandidatarei ao Parlamento nem quero outros cargos públicos”, disse Merkel durante discurso em Berlim.
A conservadora também reconheceu que a imagem atual do governo é “inaceitável”. Merkel comanda a CDU desde 2000 e governa a Alemanha desde novembro de 2005. Sua decisão de abandonar a política também dá início à disputa por sua sucessão.
A decisão vem depois que a CDU e o Partido Social-Democrata (SPD), seu aliado no governo, perderam parte significativa de seu eleitorado nas eleições estaduais em Hesse, onde fica a capital financeira do país, Frankfurt.
Apesar de serem ainda os dois maiores partidos na região, CDU (27%) e SPD (19,8%) viram sua representação conjunta no Parlamento local diminuir de 69% para 46,8%. Por outro lado, os Verdes tiveram crescimento de 8,7 pontos, chegando a 19,8%, e o ultranacionalista Alternativa para a Alemanha (AfD) alcançou alta de nove pontos, atingindo 13,1%.
O ministro da Saúde Jens Spahn e a secretária-geral da CDU, Annegret Kramp-Karrenbauer, já se candidataram para presidir o partido. Spahn é um forte crítico da linha adotada pela chanceler, mas Kramp-Karrenbauer aparece como favorita.
*Com ANSA
NULL
NULL