O governo do Reino Unido e a União Europeia chegaram a um pré-acordo nesta quinta-feira (22/11) sobre as relações políticas do país com o bloco após o Brexit.
Pelo Twitter, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que os negociadores concordaram com o documento, que agora seguirá para aprovação, no próximo domingo, dos 27 países que compõem o bloco.
O documento, divulgado pelo jornal The Guardian, afirma que “o relacionamento futuro será baseado no balanço dos direitos e deveres, levando em consideração os princípios de cada parte”.
A declaração aprovada abre a possibilidade de prorrogar o período de transição pós-Brexit, que se encerrará em 31 de dezembro de 2020, por mais um ano. O pedido de extensão, no entanto, precisaria ser apresentado antes de 1º de julho de 2020 e só poderia ser feito uma vez.
O tratado, contudo, ainda precisará passar pelos Parlamentos do Reino Unido e da União Europeia, além do Conselho Europeu, as passagens consideradas mais delicadas e imprevisíveis.
Governo
Para a premiê britânica, Theresa May, o acordo sobre as relações políticas entre Londres e a UE representou um avanço nas negociações. “É um bom acordo para nosso país e para nossos parceiros na União Europeia. Ele honra o voto dos cidadãos britânicos”, defendeu May em sessão do Parlamento nesta quinta-feira (22/11).
Para a conservadora, “o texto que nós acordamos agora criaria uma nova área de livre comércio com a União Europeia, sem tarifas, taxas, multas ou grandes restrições”. Além disso, May acredita que a economia britânica passará por avanços e “será bom para os empregos”.
Na semana passada, a premiê obteve aval de seu gabinete de governo sobre o pré-acordo definido entre o Reino Unido e a União Europeia sobre os termos do Brexit.
O documento foi aprovado por ministros do bloco europeu na segunda-feira, embora tenha causado a demissão de quadros importantes do governo britânico por discordarem do texto.
Oposição
O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, afirmou nesta quinta que o documento sobre as relações políticas entre Londres e UE após o Brexit “são 26 páginas de um equívoco” que levariam a um “Brexit de olhos vendados, um salto no escuro”.
Parlamentares conservadores também criticaram o acordo entregue por May, afirmando que o texto não corresponde com a ideia de Brexit apresentado no referendo de 2016 e que, além disso, não estaria propondo uma verdadeira saída do bloco.
O ex-ministro das Relações Exteriores Boris Jonhson afirmou em sessão no Parlamento que “nada no documento divulgado hoje altera a dura realidade do acordo de retirada”, o que, segundo o parlamentar, daria mais poder à União Europeia sobre os termos de negociação.
Espanha e Alemanha
Líderes internacionais também se posicionaram a respeito da saída do Reino Unido do bloco. O premiê da Espanha, Pedro Sánchez, já se colocou contrário ao Brexit por conta de Gibraltar, pequeno território britânico localizado no sul da Península Ibérica. Para Sánchez, as futuras negociações sobre o território, o qual é reivindicado pelos espanhóis, devem ser feitas exclusivamente entre Londres e Madri, fora do âmbito da UE.
Por sua vez, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que está otimista em relação ao acordo e que uma saída sem negociações “seria o pior caminho possível”.
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Para a premiê britânica, Theresa May, o acordo sobre as relações políticas entre Londres e a UE representou um avanço nas negociações