O Partido Liberal Radical Autêntico (PRLA) do Paraguai confirmou nesta segunda-feira (05/08) que as legendas de oposição apresentarão um novo pedido de impeachment contra o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, por conta do escândalo gerado por um acordo envolvendo a hidrelétrica de Itaipu e o Brasil.
Em entrevista ao jornal ABC Color, o deputado do PLRA Jorge Ávalos Mariño disse que a apresentação do pedido de impedimento está prevista para terça-feira (06/08) e incluirá não só o presidente, mas também o vice-presidente, Hugo Velázquez, e o ministro da Fazendo, Benigno López.
A grande dúvida sobre o processo de impeachment é a posição do movimento Honor Colorado, fração do Partido Colorado, governista, comandada pelo ex-presidente Horácio Cartes. Durante o primeiro pedido de impedimento contra Abdo Benítez, a bancada “cartista” retirou o apoio ao impeachment após reunião com o mandatário e o acordo entre Brasil e Paraguai ter sido cancelado.
O cancelamento do acordo, assinado entre chancelarias no dia 24 de maio e que previa um aumento no preço pago pela nação vizinha pela energia gerada na hidrelétrica de Itaipu, serviu para retirar força do pedido de impedimento movido pela oposição.
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Durante o primeiro pedido de impedimento contra Abdo Benítez, a bancada "cartista" retirou o apoio
Revelações do acordo
A revelação dos termos do acordo assinado entre as chancelarias paraguaia e brasileira abriram uma crise política dentro do governo de Abdo Benítez. Assinado em maio e tornado público apenas na semana passada, o documento previa elevar os custos para a ANDE (Administração Nacional de Eletricidade) – estatal de energia paraguaia – em mais de 200 milhões de dólares.
Os termos da ata levaram à renúncia do então ministro das relações Exteriores, Luis Castiglioni, e do embaixador paraguaio no Brasil, Hugo Saguier. Importantes funcionários do setor de energia do país vizinho também pediram demissão do cargo: o titular paraguaio da usina hidrelétrica de Itaipu, José Roberto Alderete, e o atual presidente da ANDE, Alcides Jiménez, que havia assumido o cargo poucos dias antes com a renúncia de seu antecessor, Pedro Ferreira, também por discordâncias em relação ao pacto.
*Com Fórum