Uma comissão bicameral do Congresso do Paraguai inciou nesta segunda-feira (19/08) as investigações sobre o acordo com o Brasil sobre a distribuição de energia da usina hidrelétrica binacional de Itaipu.
Segundo o Senado paraguaio, “foram convocados os engenheiros Luis Gilberto Valdez, diretor técnico de Itaipu, e Ubaldo Fernández, gerente técnico da Administração Nacional de Eletricidade (ANDE)” para prestarem esclarecimentos.
O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, nas últimas semanas, vem sendo criticado pelo acordo com o Brasil sobre o uso da energia da usina hidrelétrica. O tratado, assinado secretamente em 24 de maio, estipulava novos termos e disposições para Paraguai que implicariam no aumento de gastos paraguaios.
Também estão previstos para depor o ex-chanceler Luis Alberto Castiglioni, o ex-diretor técnico de Itaipu, José Sánchez Tillería, o ex-gerente técnico de ANDE, Fabián Cáceres, e o ex-presidente da ANDE, Pedro Ferreira.
Senado Py
Segundo Senado paraguaio, estão previstos depoimentos de figuras envolvidas no escândalo como o ex-chanceler Luis Alberto Castiglioni
Crise
A revelação dos termos do acordo assinado entre as chancelarias paraguaia e brasileira abriu uma crise política dentro do governo de Abdo Benítez. Assinado em maio, o documento previa elevar os custos para a ANDE (Administração Nacional de Eletricidade) – estatal de energia paraguaia – em mais de 200 milhões de dólares.
Os termos da ata levaram à renúncia do então ministro das relações Exteriores, Luis Castiglioni, e do embaixador paraguaio no Brasil, Hugo Saguier. Importantes funcionários do setor de energia do país vizinho também pediram demissão do cargo: o titular paraguaio da usina hidrelétrica de Itaipu, José Roberto Alderete, e o atual presidente da ANDE, Alcides Jiménez, que havia assumido o cargo poucos dias antes com a renúncia de seu antecessor, Pedro Ferreira, também por discordâncias em relação ao pacto.
*Com Sputnik