Terça-feira, 15 de julho de 2025
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A irmã do líder da esquerda chilena Mauricio Norambuena, Laura Hernández Norambuena, afirmou nesta segunda-feira (19/08) que a família do militante não foi avisada sobre nenhum passo ou intenção dos governos de Brasil e Chile sobre a extradição do prisioneiro.

“Ele tem duas condenações à prisão perpétua no Chile e não temos conhecimento do que foi acordado entre os estados para a extradição […], por isso não sabemos o que foi acordado, porque foi feito às escuras”, disse Laura ao jornal La Tercera.

Sobre as condições de extradição de Norambuena, Laura destacou que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu em 2003 que “a extradição devia acontecer quando o Chile diminuísse suas penas […], e a segunda coisa é o tratado de transferência do Mercosul, que [prevê que] devem ser descontados os anos que ele cumpriu pena no Brasil”.

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“Nós vínhamos solicitando isso há muitos anos para que ele possa cumprir sua pena aqui. Não posso dizer que não gosto, mas por anos negaram a extradição”, afirmou a irmã de Norambuena.

Norambuena foi transferido de maneira sigilosa para a carceragem da Polícia Federal em São Paulo, onde ficam presos estrangeiros em processo de extradição

Reprodução

Mauricio Norambuena, líder histórico da esquerda chilena e um dos participantes do sequestro do publicitário Washington Olivetto, em 2001

Extradição

O Ministério da Justiça decidiu extraditar Mauricio Norambuena, líder histórico da esquerda chilena e um dos participantes do sequestro do publicitário Washington Olivetto, em 2001. Segundo a Folha de S.Paulo, Norambuena foi transferido de maneira sigilosa para a carceragem da Polícia Federal em São Paulo, onde ficam presos estrangeiros em processo de extradição.

A informação da extradição foi confirmada pelo ministro da Justiça e Direitos Humanos do Chile, Hernan Larraín. “Viemos informar à Corte Suprema e ao ministro instrutor da causa que o Brasil vai fazer a entrega de Mauricio Hernández Norambuena, em conformidade com as normas vigentes”, disse.

A extradição de Norambuena, que cumpre pena de 30 anos de prisão, já havia sido aprovada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2004. No entanto, duas condenações à prisão perpétua, ainda em disputa na Justiça do Chile, impediam que a ida de Norambuena fosse cumprida, dado que o Brasil não extradita estrangeiros que estejam condenados à morte ou à prisão perpétua em outros países.