O partido Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC) exigiu nesta terça-feira (15/10) “plenas garantias para o exercício da política” após um ataque às sedes das FARC e das agremiações de esquerda Unidade Patriótica (UP) e Partido Comunista Colombiano (PCC), ocorridos na última sexta (11/10) em Bogotá.
“O ocorrido se soma ao assassinato sistemático e às ameaças contra líderes sociais, políticos e ex-guerrilheiros que acontecem em distintas regiões do país, sem que o governo [do presidente colombiano] Iván Duque acerte ao dar uma resposta contundente que puna a bom termo os responsáveis materiais e intelectuais destes feitos, que atentam contra a paz territorial”, disse a FARC, em nota.
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De acordo com Jaime Caycedo, secretário-geral do PCC, que divide sua sede com a UP, na madrugada de sexta desconhecidos atiraram e arremessaram uma bomba incendiária contra o local. Segundo a polícia, foram encontradas garrafas e rastros de combustível, que teriam sido usados no artefato.
Já na sede da FARC, a cinco minutos da casa onde funcionam a UP e o PCC, os autores do ataque retiraram cartazes de campanha que estavam pendurados no local. Nos dois edifícios, foram encontrados panfletos ameaçadores, com a imagem de uma caveira e a inscrição “Voltamos”.
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Reprodução/FARC/Facebook
Cartazes foram arrancados da frente da sede da FARC, em Bogotá
Os ataques aconteceram poucos dias antes das eleições regionais no país, marcadas para o dia 27 deste mês.
“Não é nenhuma causalidade que estes ataques se produzam poucos dias depois de ter sido apresentado o caso do Partido Comunista Colombiano ante a Jurisdição Especial para a Paz (JEP) por conta da perseguição histórica que sofreu essa organização política irmã, e a menos de três semanas de que o novo partido [FARC] prepare-se para participar de sua primeira contenda eleitoral a nível local e regional”, prossegue a nota.
“Estes ataques, da mesma maneira que os assassinatos, vêm precedidos de uma forte campanha de estigmatização contra os dirigentes e militantes do partido FARC, assim como de uma ofensiva legislativa, lançada pelo partido governista, dirigida a enviar uma mensagem de insegurança jurídica aos que firmaram o Acordo [de Paz, em 2016]. (…) Exigimos das autoridades o pronto esclarecimento dos feitos, até quer descubram os autores intelectuais e materiais, demandamos do Estado o cumprimento integral dos compromissos pactados, incluída a segurança jurídica para o exercício da política”, afirma a agremiação.