Atualizada às 17h48
Após Estados Unidos, a Austrália, o Canadá e o Reino Unido também anunciaram, nesta quarta-feira (08/12), um “boicote diplomático” aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, marcados para fevereiro de 2022.
Na manhã desta quarta, a Austrália se juntou ao boicote, anunciando, por meio do primeiro-ministro Scott Morrison, que a decisão tem a ver com um suposto abuso de direitos humanos por parte da China
Mais tarde, em audiência no Parlamento, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, confirmou que não enviará nenhum representante do governo para o evento esportivo. “Vai haver efetivamente um boicote diplomático às Olimpíadas de Inverno em Pequim”, disse o premiê ao ser questionado sobre o assunto por parlamentares.
Com justificativa semelhante, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau comunicou que o país está “profundamente preocupado” com as supostas violações chinesas.
Os Estados Unidos foram o primeiro país a anunciar que não enviarão representantes aos Jogos de 2022.
Como não afetará os competidores olímpicos dos EUA, da Austrália, do Reino Unido e do Canadá, já que os atletas poderão competir normalmente, o “boicote diplomático” tem mais caráter simbólico do que prático, pois nenhum representante político do país comparecerá ao evento.
Por sua vez, o porta-voz da embaixada da China nos EUA, Liu Pengyu disse nesta terça-feira (07/12) que a decisão da administração Biden de boicotar o evento é uma manipulação política que não afetará o sucesso do evento.
Beijing 2022/Reprodução
Jogos de Inverno de Pequim serão disputados entre os dias 4 e 22 de fevereiro de 2022
O boicote estava sendo cogitado há meses, ao menos desde abril, quando um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano revelou que o país estava negociando com importantes aliados sobre maneiras de retaliar a China.
Em novembro, o presidente norte-americano, Joe Biden, chegou inclusive a confirmar que uma ação estava sendo discutida sobre o caso.
Na ocasião, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, criticou a ameaça de boicote e acusou o país de violar o “espírito olímpico”. “A politização do esporte vai contra o espírito olímpico e prejudica os interesses dos atletas de todos os países”, disse Zhao.
Ele também chegou a afirmar que “se os Estados Unidos insistirem em manter este caminho, a China tomará contramedidas firmes”, ressaltando que rever a postura seria o ideal “para não afetar o diálogo e a cooperação entre a China e os EUA em áreas importantes”.
Para o porta-voz, “os Jogos Olímpicos de Inverno não podem ser palco de uma provocação política”, já que “seria uma mancha no espírito da Carta Olímpica e uma grave ofensa para um bilhão e meio de chineses”.
Os Jogos de Inverno de Pequim serão disputados entre os dias 4 e 22 de fevereiro de 2022.
(*) Com Ansa.