Em meio a uma intensa quarta onda de covid-19, a Alemanha registrou nesta quarta-feira (08/12), ao contabilizar as 24 anteriores, o maior número de mortes devido à doença desde o dia 12 de fevereiro deste ano: foram 527 óbitos em decorrência do vírus, segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI), agência estatal alemã de controle e prevenção de doenças.
O número ainda é menor do que os recordes ocorridos entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, quando, em alguns dias, foram registrados mais de mil óbitos em 24 horas.
Especialistas acreditam que a razão para o menor número de mortes, atualmente, ocorre devido à vacinação, mesmo que a Alemanha ainda tenha uma das taxas de imunização mais baixas da Europa ocidental: apenas 69,1% da população alemã se vacinou totalmente contra o coronavírus. A meta do governo, no entanto, era vacinar pelo menos 75% até o início do outono.
Apesar de disponibilizar vacinas para todos os habitantes, a Alemanha ainda encontra resistência de boa parte da população para imunizar-se, principalmente em estados da região leste, como a Saxônia, onde o índice de vacinação é o menor do país: menos de 60% dos moradores tomaram a vacina.
O aumento no número de mortes, entretanto, era esperado pelas autoridades alemãs, uma vez que entre as infecções e os óbitos de pacientes infectados por covid-19 há um intervalo de alguns dias.
Jens Büttner/dpa/picture alliance
Alta taxa de infecções tem levado à superlotação de emergências em algumas regiões da Alemanha
Incidência menor, apesar de mais infecções
Ao mesmo tempo em que cresce o número de mortes, a incidência de infecções por 100 mil habitantes a cada sete dias caiu de 432 para 427 – após semanas de sucessivos recordes. De acordo com o RKI, apesar da queda, o número de testes positivos para o coronavírus registrados nas últimas 24 horas foi de 69.601, um crescimento de 2.415 em relação ao mesmo período da semana passada.
Ao todo, desde o início da pandemia, morreram 104.047 pessoas devido ao coronavírus na Alemanha. Segundo dados do RKI, mais de 6,2 milhões de pessoas já foram infectadas por covid-19 no país, mas especialistas acreditam que o número deva ser maior, uma vez que muitas infecções não são detectadas. Já o montante de pessoas recuperadas é de mais de 5,2 milhões.
Uma série de medidas têm sido implementadas e discutidas pelo governo alemão na tentativa de barrar o alto número de infecções no país. Enquanto a regra 2G (vacinados ou curados) já é aplicada em alguns estados, ou seja, apenas quem comprova que já se vacinou ou se curou da doença pode entrar em lugares públicos, o novo chanceler federal alemão, Olaf Scholz, empossado nesta quarta-feira, chegou a defender a vacinação obrigatória no país.
Na semana passada, em entrevista do jornal Bild, Scholz afirmou que a culpa pela quarta onda de covid-19 no país é dos não vacinados.
O aumento no número de infecções tem levado à superlotação de emergências em algumas regiões, como no sul e no leste, onde a taxa de vacinação está entre as mais baixas.