O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um alerta sobre o avanço da direita fascista e defendeu o fortalecimento dos governos de esquerda e progressistas, ao discursar na abertura do 26º Foro de São Paulo, em Brasília, na noite de quinta-feira (29/06).
“Nós estamos em uma trincheira, nós temos que cuidar de fortalecer o papel de setores progressistas e democráticos da sociedade nesse mundo, porque a direita fascista tem crescido”, afirmou o presidente.
Presidente Lula inicia sua fala no 26º encontro do Foro de São Paulo relembrando a história da fundação da articulação. pic.twitter.com/qh6W4OlSvN
— Opera Mundi (@operamundi) June 29, 2023
Segundo o presidente, é necessário que a esquerda tenha uma estratégia mais agressiva para conquistar espaço na América Latina, juntamente com a elaboração de uma nova estratégia de comunicação.
Lula comentou o histórico da fundação do Foro de São Paulo, dizendo que o intuito da articulação foi juntar forças da esquerda latino-americana para discutir formas de vencer eleições democraticamente nos países da região.
Assim, lembrou das vitórias progressistas na América Latina no período de 2000 a 2016, até o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff.
“A esquerda resolveu se juntar e disputar, do ponto de vista da organização democrática, os espaços políticos do nosso continente. A América Latina, e sobretudo a América do Sul, viveu seu melhor momento nessa época, com vitórias no Chile, Argentina, Brasil, Venezuela e Equador”, declarou.
O petista usou seu discurso para criticar a ONU, falando da necessidade de que a organização seja atualizada, assim como o Conselho de Segurança.
“Não queremos votar para que o Brasil volte a ter destaque, mas para que a América do Sul e Latina voltem a ter destaque. Nós votamos para brigar pela autonomia nas Nações Unidas. A ONU não pode continuar com a mesma dimensão que teve em 1945 [em sua criação], é preciso aumentar os membros com países da África, América Latina e Ásia”, afirmou.
Facebook/Foro de São Paulo
Presidente Lula discursando na abertura do 26º Foro de São Paulo, em Brasília
Lula também discursou sobre a erradicação da desigualdade no mundo fazer parte do seu “compromisso de programa de governo”. “Não é possível continuar com a desigualdade na alimentação, salário, educação, moradia, a desigualdade de gênero e racial”.
Enquanto esse meu jovem coração estiver pulsando, estarei lutando por mais dignidade para o povo da América Latina. Boa noite a todos!
— Lula (@LulaOficial) June 30, 2023
Presidente Lula finalizou seu discurso falando que a América Latina pode contar com ele para o avanço da integração regional.
Criação do Foro de São Paulo
O Foro de São Paulo foi criado diante do avanço do neoliberalismo na América Latina, no final da década de 90, que aglutinou as contradições sociais, econômicas e políticas da região. Com isso, os partidos de esquerda, que já não tinham mais a influência da União Soviética após sua dissolução, buscaram realizar intercâmbios para superar esse cenário e consolidar uma luta contra o capitalismo e também ao imperialismo. A organização nasceu nesse momento, quando 48 legendas latino-americanas se reuniram na capital paulista com o intuito de traçar um destino em comum.
A ideia de uma integração regional da esquerda, iniciada há 30 anos segue como foco primordial da articulação. O tema central do encontro deste ano, que vai até este domingo (02/07) é a integração regional e a construção de uma nova ordem mundial multipolar.
(*) Com Ansa