A declaração final da cúpula de líderes do G20, divulgada neste sábado (09/09) condena o “uso da força” e as “conquistas territoriais” contra a “soberania de qualquer país”, mas não menciona a Rússia nos parágrafos sobre a guerra.
“A respeito da guerra na Ucrânia, reiteramos nossas posições nacionais e resoluções adotadas no Conselho de Segurança da ONU e na Assembleia Geral da ONU e salientamos que todos os Estados devem agir de maneira consistente com os propósitos e princípios da Carta da ONU em sua integridade”, diz o documento final.
A menção à guerra na Ucrânia era um impasse para a declaração final da Cúpula, que recebe tanto países do Ocidente abertamente apoiadores de Kiev, como os Estados Unidos, quanto países neutros como o Brasil, conhecidos aliados de Moscou, como a China, e a própria Rússia, representada pelo chanceler Sergey Lavrov na reunião.
“Em linha com a Carta da ONU, todos os Estados devem abster-se da ameaça de usar a força ou buscar ganho territorial contra a integridade territorial e a soberania ou a independência política de qualquer Estado. O uso ou ameaça de uso de armas nucleares é inadmissível”, acrescenta o texto que menciona outros temas como necessidade do desenvolvimento sustentável, da cooperação econômica e científica, de ações contra desigualdade e da redução do sofrimento causado pelas guerras em 76 pontos.
Apesar de não mencionar a Rússia, os líderes destacam o “sofrimento humano e os impactos negativos da guerra na Ucrânia no que diz respeito à segurança alimentar e energética global, às cadeias de abastecimento, à estabilidade macrofinanceira, à inflação e ao crescimento, o que complicou o ambiente político, especialmente para os países em desenvolvimento e menos desenvolvidos, que ainda estão se recuperando da pandemia de covid-19”.
Twitter/Narendra Modi
Menção à guerra na Ucrânia era impasse para a declaração final da Cúpula
Os líderes também pedem a restauração do acordo para a exportação de grãos ucranianos através do Mar Negro, rompido pela Rússia por alegar que seus requisitos não têm sido cumpridos.
O texto ainda dá as boas-vindas a todas as “iniciativas construtivas e relevantes que apoiem uma paz justa e duradoura na Ucrânia”, em respeito à Carta das Nações Unidas.
Meio ambiente
Na questão climática, os líderes se comprometem a “encorajar esforços para triplicar a capacidade global em energias renováveis” e a “acelerar as ações” para enfrentar o aquecimento global.
A declaração final também fala em aumentar os recursos para “alcançar a meta de temperatura do Acordo de Paris”, que busca limitar o aquecimento global neste século a 2ºC acima dos níveis pré-industriais, com esforços para ficar abaixo de 1,5ºC, mas “refletindo o princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada”, entre os países.
Um entendimento presente no texto é que nenhum país deveria ter de escolher “entre combater a pobreza e lutar pelo planeta”. Os países se comprometem a encontrar “modelos de desenvolvimento que implementem transições sustentáveis, inclusivas e justas a nível mundial, sem deixar ninguém para trás”.
Os líderes entendem que devem haver ações concretas para “acelerar um crescimento forte, sustentável, equilibrado e inclusivo”.
(*) Com Agência Brasil e Ansa