A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos destituiu o republicano Kevin McCarthy do cargo de presidente da Câmara após uma votação de 216 a 210 nesta terça-feira (03/10). Esta foi a primeira vez que a Câmara Baixa votou pela desocupação do cargo em 113 anos e que obteve sucesso. 

“É para o benefício deste país que tenhamos um orador melhor do que Kevin McCarthy“, disse Matt Gaetz, que iniciou o processo de apresentação de uma moção de desocupação no dia 2 de outubro.

A destituição de McCarthy foi possível com oito deputados republicanos votando contra sua permanência no cargo junto com os democratas. E agora que o cargo de presidente da Câmara dos Representantes dos EUA foi vago, o ramo legislativo do governo federal dos Estados Unidos enfrenta mais incertezas. 

Neste contexto, o governo dos EUA conta com algumas garantias após, neste sábado (30/09), ter evitado uma paralisação quando o Congresso aprovou um acordo provisório para estender o financiamento do país por mais 45 dias. 

No entanto, mesmo que a resolução contínua (CR, na sigla em inglês) pretendesse oferecer mais tempo para debater uma série de projetos de lei de despesas que constituem o orçamento de 2024, eles vão ter agora de ficar em segundo plano. 

Uma destas questões é o financiamento adicional para a Ucrânia, que foi excluído da medida provisória aprovada.

Assim, a tarefa urgente na política norte-americana agora é nomear um novo líder para a Câmara.

Quem dirige a casa agora?

Patrick McHenry (republicano da Carolina do Norte), membro do Comitê de Serviços Financeiros, foi nomeado presidente interino. O ex-consultor de mídia estava no topo da lista de membros para sucedê-lo como presidente da Câmara, em janeiro, após 15 rodadas de votação.

Em meio ao clima de incerteza, o recesso na Câmara deve durar uma semana. Os republicanos devem voltar ao trabalho na próxima quarta-feira (11/10) para realizar eleições internas a fim de nomear um substituto. Essa indicação será levada aos demais deputados na quinta-feira (12/10) para eleições na Casa.

Quem poderia ser o novo presidente?

McCarthy chegou a afirmar que não tentaria recuperar o cargo. Já o interino McHenry “parece satisfeito com seu papel”, considera a Spuntiknews. Ele declarou que “absolutamente não quer” ser presidente da Câmara, mas discutiu a candidatura de Steve Scalise, dizendo aos repórteres que seria um “presidente fenomenal”.

Depois de sobreviver a um tiroteio em massa em um treino de beisebol do Congresso em 2017, Scalise sofreu com uma série de problemas de saúde e revelou em agosto que havia sido diagnosticado com mieloma múltiplo (câncer no sangue). No entanto, ele estaria buscando apoio nos bastidores para se tornar o próximo presidente da Câmara, segundo fontes citadas em uma reportagem da Fox News.

Gaetz, congressista responsável pela moção que destituiu McCarthy, chegou a afirmar a imprensa que gostaria de ouvir Scalise sobre uma possível oferta para presidir a Câmara antes de nomeá-lo. O deputado também disse que Scalise é o “tipo de pessoa” que ele poderia apoiar.

Embora o gabinete do legislador ainda não tenha feito qualquer comentário, o deputado não descartou a candidatura anteriormente. 

Além de Scalise, outros candidatos potenciais são: Jim Jordan (republicano de Ohio), presidente do Judiciário; deputado Kevin Hern (republicano de Oklahoma), chefe do Comitê de Estudos Republicano; Tom Emmer (republicano de Minnesota); representante Garret Graves, (republicano de Los Angeles); e a presidente da conferência do Partido Republicano, Elise Stefanik, (republicana de Nova York), a mulher republicana de mais alto escalão no Congresso.

Até mesmo o nome do ex-presidente Donald Trump aparece nas sugestões populares.  O deputado Troy Nehls (republicano do Texas), brincando com o fato de que o presidente da Câmara não precisa ser um representante eleito, disse que quando a Câmara se reunir novamente, ele “nomearia [o ex-presidente] Donald J. Trump para presidente da Câmara dos Representantes dos EUA”.

“O presidente Trump, o maior presidente da minha vida, tem um histórico comprovado de colocar a América em primeiro lugar e tornará a Câmara grande novamente”, disse ele.

(*) Com Sputniknews