Hoje na História: 1794 - Assembleia Nacional da França abole a escravidão em suas colônias
Hoje na História: 1794 - Assembleia Nacional da França abole a escravidão em suas colônias
A partir de uma proposta dos deputados René Lavasseur, Eugène Delacroix e Georges Jacques Danton, a escravidão é abolida em 3 de fevereiro de 1794 em todos os territórios da República Francesa. Na tribuna, os representantes de Saint-Domingue, hoje Haiti, a principal colônia francesa, são ovacionados.
Posteriormente, a lei foi transgredida em 1799, quando foi retomada no Senegal. Em 1802, o Primeiro Cônsul, Napoleão Bonaparte, restabeleceu a escravidão na França. O comércio de escravos continuaria até 27 de abril de 1848, data em que seria definitivamente abolido, desta vez pela II República.
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A abolição da escravatura: quadro de Auguste François Biard (1798-1882)
Com a publicação em 26 de agosto de 1789 da “Declaração dos Direitos do Homem”, que declarava todos os homens livres e iguais, a Revolução Francesa influenciou o conflito que se desenvolvia em Saint-Domingue. A população africana da ilha começou a ouvir falar da agitação pela independência através dos fazendeiros ricos europeus, que se ressentiam das limitações impostas pela metrópole sobre o comércio exterior da ilha. Com medo que a independência desse livre poder aos fazendeiros para um tratamento ainda mais severo e injusto, os escravos aliaram-se aos monárquicos e aos britânicos.
Já os que tinham sido libertados, como o seu mais notável representante Julien Raimond, apelavam ativamente à França por uma igualdade civil efetiva em relação aos brancos. Raimond usou a Revolução Francesa para tornar esta questão central entre os assuntos coloniais.
Em 22 de agosto de 1791, os escravos de Saint-Domingue ergueram-se em revolta e a colônia francesa mergulhou em uma guerra civil. O sinal foi dado por Dutty Boukman, um sacerdote de vodu e líder dos escravos “Maroon”, durante uma cerimônia religiosa em Bois Caïman na noite de 14 de agosto.
Dez dias depois, os escravos já tinham tomado o controle de toda a Província do Norte, numa revolta escrava sem precedentes e muito violenta, que deixou aos colonos apenas o controle de alguns campos fortificados isolados. Os fazendeiros sempre temeram uma revolta e por isso estavam preparados e bem armados. Desse modo, retaliaram massacrando os prisioneiros negros trazidos pelos soldados.
Em poucas semanas, o número de escravos que se juntou à revolta ascendia a aproximadamente 100 mil e em dois meses, com a escalada da violência, já tinham matado 2 mil colonos e destruído 180 plantações de açúcar e centenas de café.
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Libertação
Em 1792, os escravos, liderados por Toussaint L’Ouverture, controlavam um terço da ilha. O sucesso da rebelião levou a recém-eleita Assembleia Nacional francesa a perceber que estava enfrentando uma situação ameaçadora e que para proteger os seus interesses econômicos teria de conceder direitos civis e políticos aos negros nas colônias. A decisão, tomada em março de 1792, chocou vários países da Europa e os Estados Unidos.
Em 1793, a França declarou guerra ao Reino Unido. Os fazendeiros e proprietários de escravos de Saint-Domingue fizeram acordos com os britânicos. Nessa altura só havia 3.500 soldados franceses na ilha. Para evitar o desastre militar, um comissário francês libertou os escravos na sua jurisdição.
Em 29 de agosto de 1793, Léger-Felicité Sonthonax, girondino, que comandava tropas francesas, é obrigado a proclamar o fim da escravatura, o primeiro país do hemisfério a tomar tal decisão.
Outros fatos marcantes da data:
03/02/1962: EUA impõem embargo a Cuba
03/012/1950: Klaus Fuchs é preso por passar informações sobre a bomba atômica aos soviéticos
03/012/1954: Tem início o cerco de Dien Bien Phu pelas tropas do general Vo Nguyen Giap
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Putin acusa Estados Unidos de querer 'prolongar' guerra na Ucrânia
Presidente russo ainda criticou visita de Pelosi a Taiwan como 'estratégia para desestabilizar e deteriorar situação na região'
Durante seu discurso na 10ª Conferência de Moscou sobre Segurança Internacional nesta terça-feira (16/08), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que Washington quer "prolongar" a guerra na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro.
"A situação na Ucrânia demonstra que os Estados Unidos estão buscando prolongar o conflito. Além disso, estão agindo de forma similar e alimentando o potencial de conflitos na Ásia, na África e na América Latina", disse o mandatário.
Além disso, Putin afirmou que o Ocidente "usa o povo ucraniano como carne de canhão" e que essas nações "têm necessidade de conflitos para manterem a sua hegemonia" no mundo. Segundo o mandatário, eles têm um "projeto anti-Rússia, fecharam os olhos para o uso da ideologia neonazista e sobre a morte em massa de civis no Donbass e forneceram armas, também pesadas, ao regime de Kiev".
O presidente russo ainda afirmou que a visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan no início de agosto foi uma tentativa de "desestabilizar" a região indo-pacífica.
"Como vocês sabem, recentemente, os Estados Unidos tentaram mais uma vez, deliberadamente, jogar gasolina no fogo e estremecer a situação na região Ásia-Pacífico. A aventura norte-americana em Taiwan não foi só uma viagem de um único político irresponsável, mas faz parte de uma estratégia deliberada e consciente dos EUA para desestabilizar e deteriorar a situação na região. Uma falta de respeito", completou.

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Putin afirmou que nações do Ocidente "têm necessidade de conflitos para manterem a sua hegemonia"
Após o discurso de Putin, o Ministério da Defesa informou que fechou um contrato para a entrega de mísseis balísticos intercontinentais Sarmat. Em junho deste ano, em outro evento, o mandatário russo havia informado que esperava que os Sarmat estivessem disponíveis "até o fim do ano", afirmando que dariam "garantias de segurança" à Rússia contra as atuais ameaças", fazendo refletir quem está nos ameaçando".
Os mísseis do tipo tiveram o primeiro teste oficial realizado em abril deste ano e os equipamentos têm a capacidade de transportar até 15 ogivas, espécie de arma nuclear encapsulada, para ataque.
(*) Com Ansa