O governo da Austrália pode contribuir para resolver a disputa internacional entre Reino Unido e Equador sobre a concessão de asilo diplomático ao fundador do site Wikikeaks, o cidadão australiano Julian Assange, disse nesta sexta-feira (17/08) um dos advogados do ativista.
O governo equatoriano concedeu ontem o asilo solicitado por Assange, que está refugiado na Embaixada do Equador em Londres para evitar sua extradição à Suécia. Neste país, Assange é acusado de ter cometido delitos sexuais, mas teme que as autoridades de Estocolmo o enviem posteriormente aos Estados Unidos.
Apesar da concessão, o Reino Unido se negou a permitir a saída de Assange do país, alegando que é sua “obrigação” extraditar o australiano à Suécia para que seja julgado.
“Os equatorianos questionam os norte-americanos, os suecos e os britânicos, mas é óbvio que o país do que o senhor Assange é cidadão (Austrália) não se envolveu. Acho que é a oportunidade de a Austrália envolver-se por seu cidadão e ver o que pode fazer para solucionar a questão”, disse o advogado Geoffrey Robertson à emissora ABC.
Repercussão na Austrália
Depois do anúncio feito pelo governo equatoriano, o Partido Verde da Austrália afirmou que a decisão de Quito de conceder asilo diplomático a Assange supunha oferecer-lhe a proteção que o governo de seu país não lhe deu. O senador Scott Ludlam, porta-voz do Partido Verde na Câmara Alta da Austrália, avaliou que a decisão do Equador foi de forma “inequívoca e detalhada condenatória para a Austrália”.
Ludlam indicou que, após a concessão do Equador, o governo britânico deveria retirar a polícia dos arredores da embaixada equatoriana e garantir a livre passagem de Assange em um veículo diplomático até o aeroporto de Heathrow. Horas antes do anúncio feito pelo Equador, o ministro das Relações Exteriores da Austrália, Bob Carr, falou que seu país não interviria na disputa entre Equador e Reino Unido.
“A Austrália certamente não é uma das partes da decisão. Trata-se de um assunto entre o senhor Assange e os governos de Equador e Reino Unido”, limitou-se a dizer Carr.
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