Apesar de uma pequena desaceleração da atividade econômica no quarto trimestre de 2010, a Alemanha confirmou sua saída da crise registrando um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,6% o ano passado, informou hoje (15/02) o escritório federal de estatísticas, o Destatis. A primeira economia da Europa atingiu assim o crescimento mais elevado de todos os países desenvolvidos.
O bom desempenho se explica pela recuperação natural da atividade econômica, após um ano de forte recessão em 2009 – o PIB diminui de 4,7%, o pior dado desde a segunda guerra mundial –, porém, não é o único indicador da boa saúde da economia alemã. O índice de desemprego caiu para 6,6% da população, o nível mais baixo desde 1992, e o otimismo dos alemães em relação ao futuro é o mais alto da década, segundo uma recente pesquisa do instituto Allensbach.
Mais uma vez, as exportações foram o principal motor do PIB em 2010, confirmando a Alemanha como uma potência exportadora. Desse ponto de vista também, o gigante europeu é uma exceção: é o único país rico que conseguiu manter sua fatia no comércio mundial na última década, apesar do papel crescente da China. Isso é resultado de uma política industrial eficiente, baseada em empresas de tamanho médio (o chamado “Mittelstand”), especializadas em produtos industriais ausentes na China e que se beneficiam da mão de obra barata de países do Leste Europeu.
Leia também:
FMI quer ações 'amplas e rápidas' para crise da dívida na Europa
União Europeia se divide sobre ampliação de fundo de resgate
Estudo mostra sinais de recuperação das taxas de desemprego na União Europeia
Crise financeira reduziu à metade o crescimento de salários no mundo até 2009, diz OIT
Com política interna instável e risco de moratória, Bélgica se torna novo foco da crise na Europa
Mercado interno
Além disso, o sistema bancário do país não sofre com a inadimplência das empresas e das famílias como no resto do continente. Regras de crédito muito rígidas frearam a especulação imobiliária. A dívida média da população passou de 115% da renda disponível há dez anos para 99% hoje. Durante a mesma época, esta proporção aumentou de 117% a 170% no Reino Unidos e de 100% a 128% nos Estados Unidos.
O peso das exportações na economia, porém, está se tornando um problema, pois implica em uma grande dependência em relação à economia mundial. Para manter sua taxa de crescimento, a Alemanha terá de aumentar cada vez mais suas vendas para fora, ou tentar dinamizar seu mercado interno.
Os resultados da França, por sua vez, revelaram que o consumo interno foi a principal explicação da tímida retomada da atividade econômica, de acordo com dados da agência nacional de estatísticas, o Insee. O PIB francês aumentou 0,3% no quarto trimestre de 2010 em comparação com o terceiro trimestre. Em 2010, o crescimento foi de 1,5%, revertendo a contração de 2,5% registrada em 2009, também o pior número registrado desde o pós-guerra.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL