As autoridades alemãs declararam nesta quarta-feira (21/05) que estão investigando cerca de 20 ex-guardas de um campo de concentração nazista, por suspeita de cumplicidade de assassinato.A investigação tem como alvo 19 cidadãos alemães que serviam entre 1941 e 1944 no campo de Majdanek, localizado na Polônia, afirmou à AFP o promotor Thomas Will, vice-diretor do escritório alemão responsável por investigar crimes de guerra nazistas.
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Entrada para o campo de concentração na cidade de Majdanek: local funciona como museu atualmente
Com sede na cidade de Ludwigsburg, o escritório de investigação está prestes a entregar as suas conclusões iniciais para os promotores. No entanto, Will apontou que tais acusações são muito desafiadoras, pois são casos que remontam décadas e grande parte da documentação já foi destruída.
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Em caso emblemático em 2011, um tribunal de Munique condenou John Demjanjuk a cinco anos de prisão por cumplicidade no extermínio de mais de 28.000 judeus no campo de Sobibo, onde ele serviu como guarda. Por mais de 60 anos, os tribunais alemães só processaram criminosos nazistas se houvessem evidências suficientes que mostrassem que estes tinham pessoalmente cometido tais atrocidades.
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No ano passado, o escritório central das Autoridades Judiciárias para a Investigação dos Crimes do Nacional Socialismo enviou arquivos de 30 ex-funcionários do campo de concentração para procuradores do estado, com intuito de levá-los à condenação.
Autoridades alemãs também estão tentando capturar todos os colaboradores que atuaram em Auschwitz, onde morreram mais de 1,5 milhão de pessoas, sobretudo judeus, mas também ciganos, poloneses e outros grupos que foram perseguidos entre 1940 e 1945.
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Fachada do campo de Auschwitz tem a frase: “arbeit macht frei”, ou “o trabalho liberta”; mais de 1,5 milhão de pessoas foram mortas