Quarta-feira, 9 de julho de 2025
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Se estas 'midterms' de 2014 consagraram o voto republicano nas disputas para cargos representativos, nas consultas populares país afora, foram as posições progressistas que saíram vencedoras.

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Agência Efe

Nesta terça-feira (04/11), EUA foram às urnas escolher senadores, deputados e governadores, além de votar em consultas populares

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Para além do primeiro negro eleito no sul em muito tempo, e da centésima mulher escolhida para o Capitólio, o eleitorado democrata pode ter motivos para comemorar, em meio às derrotas acumuladas no governo dos estados, no Senado — onde perderam a maioria conquistada em 2010 — e na Câmara de Representantes — onde os republicanos ampliaram ainda mais a vantagem de assentos. Pode parecer contraditório, mas as pautas comumente associadas ao projeto político-social defendido pelos liberais democratas encontraram eco na população que preferiu eleger nesta terça-feira (04/11) republicanos para os cargos públicos.

Partido opositor ganhou no Congresso e governos, mas conservadorismo perdeu em pleitos sobre maconha, aborto, controle de armas e salário mínimo

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Veja alguns dos resultados das 146 consultas populares realizadas simultaneamente às eleições legislativas norte-americanas:

1) Maconha

Nos três estados onde a população foi consultada sobre a legalização da maconha, a aprovação do uso recreativo da erva saiu vencedora. Alasca, Oregon e Distrito de Columbia (onde fica Washington, capital do país) agora se juntam a Washington (o estado) e Colorado, locais onde o consumo de maconha é permitido.

Apenas na Flórida a posição pró-maconha foi derrotada. Para legalizar o uso medicinal era preciso o apoio de 60% da população, mas emenda à Constituição estadual mobilizou apenas 57,5% do eleitorado presente.

2) Aborto

Os estados do Colorado e Dakota do Norte rejeitaram as propostas que dariam mais poder às iniciativas antiaborto. A iniciativa barrada atribuiria ao feto a condição de “pessoa”, abrindo procedentes não apenas para a criminalização do aborto, mas também para a perseguição de mulheres que têm interrupções de gravidez espontâneas e utilizam determinados métodos anticoncepcionais.

3) Armas

Analistas já classificaram o pleito de ontem como “uma grande noite para a reforma no setor de armas”. Em Washington, onde havia duas propostas contraditórias em votação, foi aprovada com 60% uma das leis mais rígidas quanto à checagem do histórico do comprador que busca adquirir armas de fogo. Agora, praticamente qualquer compra de armamentos no estado — inclusive vendas online e em feiras do ramo — deverá passar por uma rigorosa verificação quanto ao passado do consumidor.

4) Salário mínimo

No total, quatro estados norte-americanos, além das cidades de São Francisco e Oakland, votaram pelo aumento do salário mínimo em seus territórios. A sinalização por melhores condições trabalhistas ganha relevância pois a elevação do piso salarial era uma das metas de Obama, cujo governo fracassou em passar o valor dos atuais US$ 7,25 para US$ 10,10 por hora trabalhada.

5) Política carcerária

Na Califórnia, o eleitorado escolheu diminuir a gravidade de alguns crimes relacionados a drogas. O que antes rendia até 3 anos de prisão, agora passará a ser passível de no máximo 1 ano de encarceramento.