O presidente sérvio, Tomislav Nikolic, pediu o perdão de seu país pelo massacre de Srebrenica (leste da Bósnia), ocorrido em julho de 1995 e provocado por forças militares sérvias, e considerado um genocídio pela justiça internacional. A declaração do chefe de Estado ocorreu durante uma entrevista a uma emissora de televisão bósnia, que deverá ser transmitida na íntegra no próximo 7 de maio – apenas alguns trechos foram anunciados, para fins de divulgação.
“Me ajoelho e peço que perdoem a Sérvia pelo crime cometido em Srebrenica”, declarou Nikolic, que em junho do ano passado havia negado o genocídio. Uma fonte da Presidência sérvia confirmou as declarações do presidente.
O presidente, no entanto, disse que a justiça internacional ainda não respondeu se o crime que ocorreu em Srebrenica foi um genocídio. “Tudo o que acontecia nas guerras da antiga Iugoslávia tinha características de genocídio”, afirmou. “Peço perdão pelos crimes que, em nome de nosso Estado, alguém de nosso povo tenha cometido”, disse.
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Em 11 de julho de 1995, meses antes do fim da guerra civil na Bósnia de 1992-95, que lutava por sua separação da então Iugoslávia, as tropas sérvias no país, lideradas por Ratko Mladic, assumiram o controle de Srebrenica, uma área de maioria muçulmana que, em 1993 havia sido proclamada “zona protegida” pela ONU. Em poucos dias foram assassinados quase 8 mil homens e adolescentes, em um massacre considerado genocídio pela justiça internacional.
A eleição de Nikolic como líder sérvio, no ano passado, despertou receios nos Bálcãs devido ao seu passado ultranacionalista, embora este político tenha moderado sua postura em 2008 e se alinhado a favor do ingresso de seu país na União Europeia. Nikolic já negou anteriormente que o massacre de Srebrenica tenha sido um genocídio, apesar de ter reconhecido que o ato foi um crime impossível de ser justificado.
Segundo o site bósnio Klix.ba, Nikolic anunciou que em breve visitará Srebrenica.
(*) com agências de notícias internacionais