Atualizada às 18h44
Após transcorridas sem incidentes as primeiras 24 horas do cessar-fogo na Faixa de Gaza, Israel concordou nesta quarta-feira (06/09) em estender a duração da trégua, inicialmente estipulada em 72 horas. Um oficial do governo israelense disse sob anonimato à agência Reuters apenas que Tel Aviv está de acordo com o prolongamento do cessar-fogo, sem precisar por quanto tempo deverá durar.
“Israel expressou sua prontidão em estender a trégua sob seus termos atuais”, disse o funcionário, fazendo referência ao acordo anunciado pelo Egito e que entrou em vigor ontem.
O subdiretor do Hamas, Musa Abu Marzuk, disse em seu Twitter que não “não há um acordo para prolongar o cessar-fogo”. Autoridades egípcias, no entanto, disseram que as negociações para uma trégua duradoura em Gaza ainda estão em andamento.
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Agência Efe
Segundo cálculos da ONU, maioria dos 1.881 palestinos mortos em Gaza é civil; em Israel, morreram 64 militares e 3 civis
Após sete tentativas de tréguas postas em prática sem êxito, o cessar-fogo de ontem teve início às 8h locais (2h em Brasília) pouco tempo depois de Israel retirar totalmente suas tropas do território palestino e anunciar a destruição completa dos 32 túneis subterrâneos do Hamas.
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Segundo cálculos da ONU, a ofensiva israelense lançada em 8 de julho e batizada de Operação Margem Protetora (ou Penhasco Sólido, como é conhecida internamente) já deixou 1.881 palestinos mortos e mais de 9 mil feridos, civis em sua maioria. Do lado israelense, foram mortos 64 militares e três civis.
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Os prejuízos no território palestino causados pela operação militar israelense, cujos bombardeios atingiram mais de 4,8 mil alvos, foram avaliados em aproximadamente US$ 5 bilhões, que vão desde danos em edifícios públicos e bens particulares, passando por casas, infraestrutura de distribuição de água e eletricidade e até os depósitos de sua única central elétrica.
Declarações
Em entrevista coletiva, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, [na foto, à direita] quer que a comunidade internacional exija uma desmilitarização do território da Faixa de Gaza.
A conferência de imprensa foi convocada por ele para defender seu Exército das acusações de que estariam cometendo crimes de guerra. “O povo de Gaza não é nosso inimigo. A tragédia de Gaza é que o Hamas a governa”, assinalou.
Também hoje, Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, instituição que já havia feitos duras críticas a Israel, exigiu o fim da violência na região: “A violência deve chegar ao fim. Essa tem que ser a última vez que temos que reconstruir. Temos que seguir assim? Destruição, reconstrução e destruição. Isto tem que parar”.
(*) Com informações da Agência Efe