A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, voltou a defender nesta segunda-feira (05/09) as principais linhas de sua política para refugiados, apesar da derrota eleitoral sofrida por seu partido no estado federado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, onde iniciou sua carreira política, para a agremiação de extrema-direita AfD (Alternativa para a Alemanha).

Na votação realizada neste domingo, o SPD (Partido Social-Democrata da Alemanha), que participa da coalizão de governo de Merkel, teve 30,6%, contra 20,8% da AfD e 19% da CDU (União Democrata-Cristã), partido da chanceler. Em quarto lugar, ficou ‘A Esquerda’, com 13,2%.

Em declarações à imprensa após uma reunião da cúpula do G20 em Hangzhou, na China, Merkel afirmou que a CDU deve reconhecer que a população alemã não tem confiança suficiente na efetividade das medidas e, portanto, deve “trabalhar intensamente para recuperá-la”.

Muito descontente com os resultados, Merkel afirmou que se sente “corresponsável” da derrota porque a campanha foi dominada por temas nacionais, como a crise de refugiados e o desafio da integração, e não por problemas regionais.

Agência Efe

Merkel afirmou se sentir 'corresponsável' por derrota em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental

“A base das decisões adotadas nos últimos meses é correta”, disse Merkel em três oportunidades durante as declarações à imprensa, descartando fazer uma mudança de rumo na política para refugiados.

A chanceler defendeu o acordo assinado entre União Europeia (UE) e Turquia para a devolução dos imigrantes irregulares. Para ela, o pacto deve reduzir o número de solicitantes de asilo no país – foram 1,1 milhão no ano passado -, melhorar a integração e acelerar as expulsões das pessoas que não têm direito de ficar na Alemanha. Merkel afirmou que já se obteve “muito”, mas que está claro que é preciso convencer os cidadãos que este é o caminho correto.

Perguntada se a derrota eleitoral pode influir em sua decisão de voltar a ser candidata à chanceler em 2017, Merkel se limitou a dizer que anunciará se tentará a reeleição em momento oportuno. 

(*) Com Efe