O Facebook anunciou nesta quarta-feira (28/03) que tomará “medidas adicionais” para dar aos usuários um controle maior de seus dados privados, depois do escândalo Cambridge Analytica (CA), que colocou em xeque a poderosa rede social.
O escândalo, desencadeado por um denunciante no último 17 de março, resultou em uma queda de quase 18% no preço da ação Facebook, que levou a uma redução de mais de 100 bilhões de dólares (80 bilhões de euros) de seu valor na Bolsa.
Apesar das desculpas apresentadas por Mark Zuckerberg, a controvérsia não diminuiu. O denunciante Christopher Wylie revelou que uma empresa de consultoria britânica, a Cambridge Analytica recuperou dados pessoais ilegalmente 50 milhões de usuários para usá-los durante a campanha presidencial americana e durante a campanha pelo Brexit.
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Caso resultou em queda de 18% no preço das ações do Facebook
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“A semana passada mostrou todo o trabalho que precisávamos ainda realizar para implementar nossa política e ajudar as pessoas a entenderem como o Facebook funciona e as escolhas que eles têm sobre seus dados “, explicaram em um comunicado Erin Egan, responsável por dados privados, e Ashlie Beringer, diretora jurídica do Facebook.
“Além dos anúncios feitos por Mark (Zuckerberg) na semana passada, vamos tomar medidas adicionais nas próximas semanas para fortalecer o controle de usuários sobre sua privacidade “, acrescentam.
Atalhos de privacidade
Uma função chamada “atalhos de privacidade” será adicionada ao menu principal para permitir usuário saber o que ele compartilhou on-line e o excluir. O usuário também poderá baixar seus dados pessoais e transferi-los para outro serviço.
“Você será capaz de verificar o que você compartilhou e deletar se você quiser. Isto dirá respeito ao conteúdo que você compartilhou ou ao qual você respondeu, pedidos de amizades que você enviou e os assuntos sobre os quais você pesquisou no Facebook “, escrevem Egan e Beringer.
Os usuários também poderão gerenciar informações que o Facebook utiliza para enviá-los propagandas.
Estes ajustes devem ficar prontos até 25 de maio, quando entra em vigor um regulamento europeu sobre a proteção dos dados pessoais que exige que as empresas ofereçam aos seus usuários o “direito à portabilidade”, em outras palavras, o direito de manter seus dados consigo mesmo.
Convocado por uma comissão parlamentar britânica para explicar as acusações de apropriação indevida de dados pessoais de seus usuários, Mark Zuckerberg se negou a comparecer.
(Com informações da AFP)
Publicado originalmente na RFI Brasil