Moscou anunciou neste sábado (08/03) a intenção de suspender as inspeções internacionais de armamento nuclear em todo o seu território. Segundo um alto funcionário do ministério da defesa russo, a medida seria uma “resposta às declarações do Pentágono sobre a suspensão da cooperação entre as pastas de defesa da Rússia e dos EUA”. Na última quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram que irão restringir vistos a autoridades russas, como forma de punir a presença do país na Crimeia.
As inspeções estão previstas no tratado sobre redução de armas nucleares Start III, assinado em 2010 por Rússia e Estados Unidos, no qual está previsto que ambos os países devem reduzir suas ogivas atômicas instaladas até um máximo de 1.550 unidades, em até sete anos. “As ameaças infundadas contra a Rússia feitas pelos Estados Unidos e pela Otan sobre a política na Ucrânia são vistas por nós como um gesto hostil que permite a declaração de circunstâncias de força maior”, declarou o alto funcionário russo.
Efe
Manifestante russo veste uma máscara de Putin durante protesto contra ação militar na Crimeia
NULL
NULL
Durante uma conversa por telefone com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, nessa sexta, o chanceler russo, Sergei Lavrov, advertiu sobre “passos apressados e imprudentes” que poderiam prejudicar as relações russo-americanas. Kerry ressaltou a necessidade de resolver a questão diplomaticamente.
Vladimir Putin também declarou que “a Rússia não pode ignorar pedidos de ajuda e age em conformidade com o direito internacional” na Crimeia. O Pentágono estima que cerca de 20.000 tropas russas podem ter sido colocadas na região autônoma. Forças pró-Rússia tomaram o controle de pontos estratégicos da península no dia 28 de fevereiro. Putin alega que tais forças, que estão cercando as tropas ucranianas, não estão sob comando de Moscou. No dia 16 de março será realizado um referendo auto organizado pela Crimeia sobre a possibilidade de se juntar a federação Russa.
Além disso, neste sábado, observadores da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa) foram recebidos com tiros de advertência ao se aproximar de um posto fronteiriço da região autônoma, de acordo com a Agência Efe. Os funcionários dessa entidade tentam entrar no local há três dias, sem sucesso.