O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, telefonou nesta quarta-feira (22/09) para seu homólogo francês, Emmanuel Macron, para discutir a crise entre os dois países, envolvendo a nova aliança militar entre os governos norte-americano, britânico e australiano, batizada de Aukus, que rompeu contrato francês para a produção de submarinos na Austrália.
Segundo comunicado da Casa Branca, os dois líderes concordaram em abrir um processo de consultas aprofundadas para “garantir a confiança e propor medidas concretas em direção a objetivos comuns”. Desta forma, “eles se encontrarão na Europa no final de outubro, a fim de alcançar entendimentos compartilhados e manter o ímpeto neste processo”.
O governo norte-americano disse ainda que Biden e Macron conversaram sobre as “implicações do anúncio de 15 de setembro” e “concordaram que a situação teria se beneficiado de consultas abertas entre aliados sobre questões de interesse estratégico para a França” e os parceiros europeus dos EUA.
Na data mencionada, Biden e os premiês britânico, Boris Johnson, e australiano, Scott Morrison, anunciaram o acordo para a construção de submarinos com propulsão nuclear.
O problema é que, em 2016, Camberra, capital australiana, havia fechado um tratado no valor de 56 bilhões de euros com os franceses para a produção e entrega de 12 submarinos normais, por meio do Naval Group. Ao fazer o anúncio da Aukus, Morrison afirmou que o contrato com Paris estava cancelado.
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Segundo a Casa Branca, Macron e Biden se encontrarão na Europa no final de outubro
A atitude irritou profundamente os franceses, e provocou uma dura reação dos Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores.
Os embaixadores da França nos dois países também foram convocados. Além disso, o pacto foi alvo de críticas por parte da União Europeia, que reclamou que os europeus não foram avisados em nenhum momento e, portanto, foram pegos de surpresa.
“O presidente Biden reafirma a importância estratégica do envolvimento francês e europeu na região do Indo-Pacífico”, declarou a Casa Branca, ressaltando que “os Estados Unidos também reconhecem a importância de uma defesa europeia mais forte e capaz, que contribua positivamente para a segurança transatlântica e global e seja complementar à OTAN”.
Por fim, Macron decidiu que o embaixador francês retornará a Washington na próxima semana, um gesto diplomático que ameniza a relação das nações.
Durante a conversa, os líderes também debateram a luta conjunta contra o terrorismo.
(*) Com Ansa.