Os governos do Uruguai e da Argentina criarão uma comissão binacional para realizar o acompanhamento dos trâmites de obtenção das licenças não-automáticas de importação para agilizar o comércio bilateral.
Segundo divulgado no jornal uruguaio El Observador, o acordo será assinado na quinta-feira em Buenos Aires pelos presidentes José Mujica e Cristina Kirchner. A medida será tomada em meio ao mal-estar gerado pela decisão do governo argentino de submeter à análise alguns produtos comprados de outros países.
Está programado para hoje um encontro entre a Comissão de Indústria da Câmara dos Deputados, a CIU (Câmara de Indústrias do Uruguai) e a EUE (União dos Exportadores do Uruguai) para avaliarem os prejuízos que as empresas uruguaias podem estar sofrendo com a decisão argentina.
O deputado do Partido Nacional Álvaro Delgado em entrevista ao veículo, atestou que a retirada da licença automática pode aprofundar as assimetrias regionais da América Latina ao excluir do mecanismo os artigos produzidos no Brasil.
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No fim de semana, o presidente uruguaio anunciou que viajará nesta quarta-feira para a Argentina para tratar pessoalmente com sua homóloga sobre o assunto. A imposição dos trâmites alfandegários causou reação negativa entre empresários exportadores do Uruguai, diplomatas e autoridades.
Os detalhes do acordo, segundo o jornal uruguaio, começaram a ser redigidos ontem pelo embaixador uruguaio em Buenos Aires, Guillermo Pomi, e pelo secretário do Comércio e Relações Econômicas Internacionais da Chancelaria argentina, Luis María Kreckler.
Ontem, o embaixador argentino em Montevidéu, Dante Dovena, esclareceu que a medida de incorporar “um conjunto de novos produtos a lista de licenças não automáticas” tem o objetivo de impedir a “invasão de produtos do sudeste asiático, que fazem uma concorrência desleal e uma prática especulativa”.
O diplomata ainda desmentiu que houvesse alguma ordem verbal exigindo a supermercados e atacadistas que evitassem a importação de artigos que compitam com a indústria nacional.
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