Três jornalistas foram detidos no estado de Kano (norte da Nigéria) acusados de terem incitado o assassinato, na sexta-feira passada (08/02), de nove mulheres que trabalham em uma campanha de vacinação contra a poliomielite.
Segundo informa nesta terça-feira o jornal local “Leadership”, que cita fontes policiais, também foi detido um antigo responsável do organismo oficial de censura do governo estadual.
Os jornalistas, que trabalham para a emissora de rádio “Wazobia FM” em Kano, foram identificados como Gama Muhamad, Mubarak Muhamad e Yakubu Moussa Fagge, enquanto o ex-censor responde ao nome de Rabbo Abdulkareem.
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Os quatro suspeitos, detidos esta segunda-feira, participaram recentemente em um programa no qual debateram sobre a opinião que têm alguns no norte da Nigéria – de maioria muçulmana – que a vacinação contra a pólio pode causar infertilidade.
“Sempre me oporei à vacinação contra a pólio porque ninguém me convencerá de que não é um ato contrário à vontade de Alá e não é uma conspiração ocidental deliberada contra nossas crianças”, disse Abdulkareem no programa radiofônico.
A polícia acredita que essas declarações podem ter desencadeado a onda de crimes de sexta-feira passada. O comissário de polícia de Kano, Ibrahim Idris, afirmou que os detidos poderiam ser acusados formalmente de “homicídio culposo”, embora não tenha definido quando a acusação será formulada.