Ainda em meio ao marco de um ano do terremoto seguido de tsunami que atingiu o Japão em 11 do março de 2011, ativistas do país apelaram à Justiça para impedir o funcionamento de uma usina nuclear em Fukui, na região central. O pedido é assinado por 259 pessoas e foi enviado ao Tribunal de Osaka.
O grupo alega que a usina está localizada em uma região propícia para grandes tremores. Eles afirmam ainda que a planta nuclear não está suficientemente segura para resistir a possíveis terremotos.
“Esses reatores parecem ser os primeiros na lista do programa de relançamento dos reatores nucleares no Japão desde o acidente de Fukushima, mas como várias questões sobre a central atingida continuam por resolver, é demasiado cedo para a reativação”, afirmou Kiyoko Shimada, integrante do grupo de ativistas que assina o pedido à Justiça.
A questão nuclear foi o grande tema levantado durante os atos que marcaram o aniversário de um ano da tragédia que assolou o Japão. Neste domingo (11), manifestantes protestaram em diversas cidades do mundo, incluindo o Rio de Janeiro, contra a utilização da energia nuclear.
Um dia após o terremoto de nove graus na escala Richter ter atingido a região nordeste do Japão, a Central de Fukushima Daiichi foi surpreendida pelo tsunami que destruiu outras regiões japonesas.
O resultado foi o pior acidente deste tipo na história do Japão e o agravamento, entre a população mundial, do medo a respeito das consequências do uso da energia nuclear.
Para o engenheiro Naval e Nuclear Leonam Magalhães, ouvido por Opera Mundi, o acidente em Fukushima interrompeu um importante debate a respeito da energia nuclear e trouxe ainda mais desconfiança sobre o assunto.
“O acidente de Fukushima aconteceu num momento em que a discussão sobre a energia nuclear em vários países do mundo estava bem evoluída. Havia o crescimento da percepção, nessas discussões, de que a energia nuclear tem um papel importante a desempenhar para atender as necessidades futuras da própria humanidade. Ainda mais em um contexto de preocupação com as questões climáticas e a redução de CO2”, afirmou Leonam, membro do Grupo Permanente de Assessoria em Energia Nuclear do AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
Por conta da tragédia em Fukushima, apenas dois dos 54 reatores japoneses estão funcionando. Diante da pressão, o país, que planejava aumentar sua planta nuclear, deverá desligar os reatores restantes ainda neste ano.
“Existe uma pré-disposição ao tema energia nuclear. É um assunto que tem um impacto psicológico enorme na sociedade. E houve uma superexposição desse tema durante o acidente que foi desproporcional ao estrago que ocorreu. […] O problema é que o tema nuclear desperta o medo. E isso acontece por conta também do mimetismo em que as pessoas confundem usina nuclear com arma nuclear”, completou.
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