O aguardado encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Rússia, Vladimir Putin, deve ser marcado por tensão e debates nas mais variadas esferas de governo nesta quarta-feira (16/06) em Genebra, na Suíça.
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, apesar de a estimativa ser de uma reunião de “até cinco horas”, o russo não se limitará a horários para encerrar as tratativas.
Entre os assuntos discutidos, estarão ataques cibernéticos, interferências em países aliados, questões econômicas e sobre armas, além de pontos sobre a diplomacia. Este último, inclusive, debaterá o futuro dos respectivos embaixadores, que há meses estão longe de suas bases em Moscou e Washington.
“Os embaixadores participarão das negociações de ambos os lados, são membros das delegações oficiais. Eles estão longe de seus principais locais de trabalho por diversos meses e, naturalmente, os presidentes devem tomar uma decisão hoje sobre o futuro dos chefes das missões diplomáticas”, acrescentou Peskov.
Já sobre o controle de armamentos, chamado de acordo de “estabilidade estratégica”, o porta-voz diz que a Rússia espera uma resposta de Biden sobre “como iniciar essa negociação, quando e com quais mecanismos” o mais rápido possível.
TASS/Kremlin
Genebra: Putin e Biden se reúnem pela primeira vez desde posse do norte-americano
O norte-americano, por sua vez, pressionará Putin sobre os recentes ataques de hackers sofridos por empresas do país nos últimos meses. Apesar de Moscou negar qualquer participação, relatórios de inteligência norte-americanos acusam grupos russos de fazerem as ações.
Outro ponto de bastante embate será o poder que os russos vêm exercendo em relação à Ucrânia e a Belarus. Biden vai ao encontro após uma série de reuniões com chefes de governo e Estado da União Europeia, que também vive um clima bastante pesado com os russos.
No entanto, a decisão de sequer haver uma coletiva de imprensa conjunta dos presidentes após o encontro, algo que é bastante tradicional, mostra a falta de conciliação entre os líderes e não se deve esperar um reinício positivo nas relações entre as duas nações. É esperado que as coletivas pós-encontro sejam feitas de maneira separada.