O governo da Bolívia anunciou nesta quarta-feira (24/08) sua decisão de expulsar a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês) por supostamente promover um plano de desestabilização do presidente do país, Evo Morales.
“A saída da Usaid é uma decisão política. Estou simplesmente advertindo, informando o povo boliviano sobre a ameaça que cresce sobre nossa estabilidade democrática e também sobre nossos recursos naturais”, disse Juan Ramón Quintana, diretor da Agência para o Desenvolvimento das Macrorregiões Fronteiriças.
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Quintana afirmou que, assim como em setembro de 2008 o presidente Morales expulsou o embaixador dos EUA, Philip Goldberg, acusado de conspiração política, agora deve fazer o mesmo com a agência americana.
“Com o mesmo valor, a mesma coragem e a mesma temperança temos que expulsar imediatamente a Usaid”, acrescentou, sem entrar em detalhes sobre quando pretende concretizar a ação, mas ressaltando que os americanos deveriam se retirar por conta própria.
Ele argumentou ainda que a agência de cooperação forma os líderes das etnias e financia seus projetos para que respaldem políticas ambientais dos EUA em prol da criação de reservas indígenas na Amazônia e a exploração de seus recursos naturais.
Estes vínculos são, de acordo com o funcionário, a razão pela qual os indígenas bolivianos realizam atualmente uma manifestação contra uma estrada que atravessará um parque natural do centro do país.
Morales disse no final de semana que está refletindo sobre o pedido de organizações sociais para retirar a Usaid, a qual acusou de estar fazendo um grande dano à Bolívia.
Na terça-feira, o governo também expressou a um representante da embaixada dos EUA seu “mal-estar” e “profunda preocupação” por telefonemas que essa delegação manteve com os líderes da manifestação indígena que se opõem ao projeto rodoviário.
O Executivo de Evo Morales, que em 2008 também expulsou a agência antidrogas americana ao acusá-la de conspiração, negocia desde 2009 um acordo que melhore a relação bilateral e que tem como uma de suas controvérsias a definição do destino da ajuda econômica desse país à Bolívia.
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