A presidente Dilma Rousseff, acompanhada pelo presidente de Cuba, Raúl Castro, e outros chefes de Estado latino-americanos que viajaram a Cuba para participar da segunda reunião da Celac, discursou nesta segunda-feira (27/01) na inauguração da primeira etapa de ampliação do Porto de Mariel. De acordo com Dilma, o “Brasil deseja ser um aliado econômico do país caribenho de primeira ordem”.
Efe
Dilma Rousseff desembarca em Havana: “participação dos médicos cubanos é amplamente aprovada pelo povo brasileiro”
A ampliação do porto cubano de Mariel, localizado 45 quilômetros a oeste de Havana, é considerada uma obra emblemática da colaboração entre Cuba e Brasil. O projeto, iniciado em 2010, é executado pela construtora brasileira Odebrecht e conta com um financiamento de US$ 682 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), sendo a maior parte do investimento total previsto, de US$ 957 milhões.
A presidente brasileira também agradeceu o envio de médicos cubanos ao Brasil, no âmbito do programa federal de Saúde “Mais Médicos. Segundo ela, a “participação dos médicos cubanos é amplamente aprovada pelo povo brasileiro”. Está prevista a chegada de mais 2 mil profissionais ao Brasil, que se juntarão aos 5,4 mil que já trabalham em postos de saúde e hospitais ao redor do país.
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Dilma ainda comemorou o encontro de presidentes e chefes de Estado na cúpula da Celac, ressaltando que “somente com Cuba nossa região estará completa”.
Em sua fala, o líder cubano agradeceu o apoio dado ao projeto de ampliação do Porto de Mariel, iniciado ainda durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Manifestamos profundo agradecimento à presidente Dilma pelo apoio”, afirmou Raúl, ressaltando que a obra “é uma demonstração concreta do otimismo e da confiança que os cubanos têm no futuro socialista da nossa pátria”.
O porto poderá dotar a Cuba de uma moderna porta de saída marítima e permitirá que indústrias brasileiras se instalem na ilha e aproveitem a mão de obra local e incentivos cubanos para produzir e exportar a partir de Cuba, segundo as conversas entre os países.
Celac
Criada oficialmente em 2011, a comunidade visa ao diálogo político e à cooperação de todos os 33 países da América Latina e do Caribe. Esta é a segunda cúpula do órgão e vai tratar de temas como a luta contra a fome, a pobreza e as desigualdades na região. O Chile foi a sede do primeiro encontro da Celac no ano passado.
No dia 9 de janeiro, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que vai propor o ingresso na Celac de Porto Rico, território associado aos Estados Unidos.
A agenda do evento tem programação durante todo o dia 28, incluindo fotografia oficial dos chefes de Estado no Palácio da Revolução. Durante a cúpula, a presidência pro tempore da organização será repassada por Cuba à Costa Rica.
A 2ª Cúpula deve receber ainda o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza. É a primeira vez que uma autoridade dessa entidade visita Cuba depois de sua expulsão do organismo em 1962. Apesar da expectativa sobre a presença de Insulza, os representantes cubanos reiteraram que não há nenhuma possibilidade de que o país volte a integrar a OEA.