O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira, disse que o Brasil tem sido exigente com a Argentina e que as queixas do setor privado sobre as relações bilaterais não procedem.
“É uma choradeira de empresário. Não estou dizendo que eles estão errados, é o choro que o setor privado tem que fazer, mas não existe só ganha-ganha. Nunca tivemos ação tão dura e impositiva com a Argentina”, disse.
Segundo Teixeira, os empresários reclamam do protecionismo argentino, mas pedem proteção do governo brasileiro contra a China. “Nós não podemos ser hipócritas a ponto de endurecer com a Argentina com o argumento protecionismo e ao mesmo tempo eu receber o mesmo cara que reclama do protecionismo argentino, pedindo proteção contra a China. Eu como governo não posso ser protecionista de um lado e liberal de outro”.
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Segundo ele, o superávit brasileiro mostra os avanços da economia nacional. “Estamos aumentanto as exportações para a Argentina. A balança é superavitária, estamos crescendo quase 40%, é o dobro do que cresce para o resto do mundo”.
No acumulado do ano, as exportações brasileiras tiveram expansão de 33% nos embarques à Argentina. De janeiro a junho, as vendas externas ao país vizinho somaram 10,4 bilhões de dólares ante 7,9 bilhões de dólares no mesmo período de 2010. Para Teixeira, não é possível afirmar que os números seriam maiores se não houvesse protecionismo argentino.
Teixeira disse que o monitoramento para garantir a liberação das mercadorias brasileiras nas aduanas argentinas tem sido feita regularmente, obedecendo o prazo máximo de 60 dias, segundo determinação da OMC (Organização Mundial do Comércio).
“Temos problemas, mas não fazemos acordo milagroso. O nosso monitoramento é contínuo. Troco e-mails diariamente com o (Eduardo) Biachi (secretário argentino da Indústria) Não vai existir relação perfeita. O tensionamento de comércio é natural”, afirmou.
De acordo com Teixeira, a atitude protecionista argentina é reflexo da desindustrialização vivida pelo país nos últimos tempos. “A Argentina passou por processo de desindustrialização brutal. Eles têm que fazer esforço para se industrializar. Se eles comprarem tudo do Brasil não vão ter indústria”.
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