Depois da assinatura de um Acordo Social pelo Catatumbo, os camponeses dessa região colombiana que estavam há 53 dias anunciaram que neste sábado (03/08) irão desbloquear as estradas e voltarão às suas casas.
“Vamos desocupar as vias de acesso. Estará presente Escritório do Alto Comissário para os Direitos Humanos na Colômbia [da ONU]”, informou a líder rural Olga Quintero, emTibú, onde os camponeses e a comissão do governo abriram caminho para retomar as negociações.
Com a presença da delegação governamental, presidida pelo vice-presidente Angelino Garzón, Quintero explicou que no sábado os manifestantes voltarão a seus diferentes municípios e que o governo se comprometeu a dar garantias aos camponeses no retorno a sua terra.
Estavam presentes na assinatura desse pré-acordo os outros membros da equipe oficial, entre eles o ex-presidente Ernesto Samper, o congressista Iván Cepeda, o vice-fiscal José Perdomo e o presidente do Senado, Juan Fernando Cristo, que propôs um gerente para administrar os projetos sociais para o Catatumbo.
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Entre os convidados também esteve a ex-senadora Piedad Córdoba, porta-voz do movimento Marcha Patriótica, que tem apoiado a luta dos camponeses desde que começaram os protestos em 11 de junho. “Estamos aqui porque vamos confiar uma vez mais nas garantias expostas na mesa. Eles desempenharão um papel importantíssimo frente ao governo”, destacou o agricultor Eugenio Guerrero, um dos porta-vozes dos manifestantes.
Guerrero afirmou que a situação em Catatumbo é precárias, onde milhares de pessoas estão “abandonadas há décadas pelo Estado e que adoecem a cada dia por consumir água com óxido produto da companhia Ecopetrol”, além de outros problemas. “Pedimos um hospital de alto nível, precisamos de uma nova institucionalidade, mas marcada com os camponeses, não pode ser que depois de 80 anos não haja água potável nessa região”, afirmou o porta-voz da Associação de Zonas de Reserva Camponesa, Cessar Jerez.
Nesta sexta-feira (01/08), o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que tinha colocado o levantamento dos bloqueios como condição para o diálogo, reafirmou que está disposto a negociar e que não haverá temas proibidos. “Queremos gerar um plano piloto em Catatumbo e ver como seria o futuro de paz nessa região tão afetada pela violência”, disse Santos.