O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta sexta-feira (12/10) por unanimidade uma resolução que pede uma intervenção militar em Mali para ajudar as autoridades a recuperar o controle do norte do país, nas mãos de radicais islâmicos.
Os 15 membros do principal órgão de segurança da ONU exigiram aos grupos extremistas que cessem as violações de direitos humanos, inclusive ataques à população civil, casos de violência sexual contra mulheres e recrutamento de menores.
A resolução, impulsionada pela França, insta o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e as organizações regionais africanas a apresentarem antes de 45 dias um plano que inclua uma intervenção militar no norte do país.
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No final de setembro, as autoridades de Mali pediram oficialmente ao Conselho de Segurança que autorizasse o desdobramento de uma força militar da Comunidade Econômica de Estados de África Ocidental (Cedeao) para recuperar o controle do norte do país.
O Conselho pediu hoje a Ban que ponha à disposição da Cedeao e da União Africana estrategistas militares e de segurança para preparar o terreno para a intervenção, assim como treinamento militar e equipamentos para combater o terrorismo. Concretamente, pediu à União Africana e à União Europeia que ofereçam “o mais rápido possível” analistas e treinamento às Forças Armadas de Mali para que possam restaurar a autoridade em todo o território e reduzir a ameaça dos grupos terroristas.
As províncias setentrionais de Gao, Kidal e Tombuctú, que ocupam um território de 850 mil quilômetros quadrados, estão controladas desde junho por grupos radicais determinados a aplicar a lei islâmica da maneira mais rigorosa.
O Conselho fez uma chamada aos rebeldes do norte do país para que rompam seus vínculos com as organizações terroristas, especialmente com a Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI), considerada a principal ameaça terrorista na região do Sael.
Além disso, os 15 membros deram as boas-vindas ao novo enviado especial da ONU para o Sael, Romano Prodi, para mobilizar os esforços da comunidade internacional na busca de uma solução ampla à crise no país africano.
Exatamente hoje milhares de pessoas lideradas pela Frente para a Proteção da Democracia e da República (FDR), marcharam pela capital de Mali para pedir apoio militar internacional para libertar o norte do país.
O FDR, a principal plataforma contrária ao golpe que derrubou em março o então presidente, Amadou Toumani Touré, mostrou seu total apoio ao Executivo para a “reinstalação da integridade territorial e pôr fim ao calvário que sofre a população”.