Horas após um mal-sucedido lançamento de um foguete com satélite pela Coreia do Norte, o Conselho de Segurança da ONU “lamentou” nesta sexta-feira (13/04) a missão espacial de Pyongyang, denunciando uma violação das resoluções do órgão máximo das Nações Unidas.
Em uma reunião de urgência convocada em Nova York, os membros do conselho “concordaram em manter as consultas sobre uma resposta apropriada”, disse à imprensa a embaixadora norte-americana na ONU, Susan Rice. “Os membros do Conselho de Segurança lamentam este lançamento, que viola resoluções deste Conselho”, disse Rice que não esclareceu qual poderia ser essa resposta da ONU.
Enquanto os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão denunciaram de imediato a tentativa, Rússia, China e Índia perdiram moderação a todas as partes. Rússia e China têm direito de veto no Conselho de Segurança da ONU em seu caráter de membros permanentes (assim como EUA, França e Reino Unido).
A Rússia disse que se opunha à adoção de novas sanções da ONU contra o regime norte-coreano, enquanto a China disse que as potências mundiais e regionais devem tomar medidas que promovam a retomada das negociações, paralisadas.
“Estamos convencidos de que a reação a esses testes precisa ser exclusivamente diplomática e política”, disse o chanceler Sergei Lavrov ao lado doss colegas chineses e indianos, após uma reunião em Moscou. “Apelamos a todas as partes para mostrar a máxima responsabilidade e moderação e fazer esforços para uma renovação do diálogo.”
O satélite foi enviado por meio do míssil balístico de longo alcance Taepodong-2, que a Coreia do Norte está tentando desenvolver e que já testou em julho de 2006 e abril de 2009. “A RPDC (República Popular Democrática da Coreia) lançou seu satélite Kwangmyongsong-3 (..) às 07h38m55s desta sexta-feira. O satélite de observação terrestre não pode entrar em órbita”, noticiou a agência de imprensa oficial norte-coreana KCNA.
Trata-se da terceira tentativa de colocação em órbita de um satélite pela Coreia do Norte, depois de dois fracassos, em 1998 e 2009.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou em uma declaração por escrito que o “lançamento é uma violação direta” de uma resolução da ONU.
O Ministério da Defesa sul-coreano falou do perigo de “novos atos de provocação por parte do Norte, como poderiam ser testes de mísseis e um teste nuclear”, e ameaçou que o Exército sul-coreano já se encontrava “em vigilância aumentada”.