Atualizada às 16h59
A quinze dias das eleições presidenciais, as últimas pesquisas divulgadas na Bolívia revelam que o presidente Evo Morales, candidato à reeleição, segue à frente e deve vencer no primeiro turno. Para tentar reverter a situação, ganhou força no país uma campanha para que os candidatos com menos votos renunciem para fortalecer o segundo colocado e forçar um possível segundo turno.
Agência Efe
Evo Morales faz campanha pelas ruas de La Paz
Pesquisa de opinião divulgada pela revista Poder y Placer desta semana revelam que Evo Morales, do MAS (Movimento ao Socialismo), tem 52,5% das intenções de voto e Samuel Doria Medina, da UD (Unidade Democrata), tem 16,7%. Os demais candidatos Jorge Quiroga, do Partido Democrata Cristão, tem 8,6% das intenções, Juan del Granado 2,8% e Fernando Vargas, 0,7%.
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A legislação boliviana determina que para vencer no primeiro turno, o candidato à presidência precisa ter mais de 50% dos votos válidos ou um mínimo de 40% e 10 pontos percentuais de diferença sobre o segundo colocado.
Caso todos os postulantes renunciem em favor de Medina, eles passariam a ter 28,8% dos votos. O novo cenário reduziria a vantagem do mandatário para 23,7 pontos percentuais, o que ainda garantiria a vitória de Evo.
Agência Efe
Samuel Medina defende que Bolívia não deve aceitar interferência venezuelana “mais do que necessária”
O ex-comandante militar e candidato a senador pela UD, Alvin Anaya, disse estar seguro de que Quiroga cumprirá a promessa feita em junho de que vai retirar a candidatura “porque toda a oposição deve conseguir unidade em torno de um só projeto”.
Quiroga, no entanto, disse estar confiante de que chegará ao segundo lugar, pois pesquisas o mostram em ascenso inclusive a ponto de superar Medina.
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Para a vice-presidente do MAS, Concepción Ortiz, o suposto desacordo entre Medina e Quiroga é “fingimento” porque “ambos têm o mesmo pensamento e no final vão se unir”.
Apesar do favoritismo, as pesquisas mostram uma queda na intenção de voto de Evo. Dados do jornal El Deber, de Santa Cruz, apontaram que o presidente tinha 56% dos votos em agosto e baixou para 54% este mês. Pela pesquisa da revista Poder y Placer, o mandatário tem 52,5%.
O triunfalismo é uma preocupação dos coordenadores da campanha do líder indígena. Nélida Sufuentes, dirigente do MAS, afirmou à agência Ansa que “alguns setores dizem que não é necessário fazer campanha, mas não podemos confiar. Muita gente pensa que já somos ganhadores e que vamos ganhar com 100% e não é assim”.