O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou nesta sexta-feira (14/11) à cidade de Brisbane para participar da cúpula do G20 na Austrália, onde chefes de Estado e de governo se encontrarão neste fim de semana. Apesar de a agenda econômica ser tema de praxe na reunião, os líderes mundiais devem focar na discussão sobre a atual crise ucraniana, que já dura quase um ano.
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Nos últimos dias, saltam denúncias de que tanto Kiev quanto os separatistas pró-Moscou romperam a trégua assinada durante o Acordo de Minsk, em setembro. Além disso, a Rússia posicionou pelo menos quatro navios de guerra próximos à costa noroeste da Austrália, segundo agências internacionais.
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Para o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, tal medida é incomum, mas não sem precedentes. “Não esqueçamos que a Rússia tem sido mais assertiva militarmente nos últimos tempos”, comentou Abbott à Reuters.
As novas incursões militares da Rússia e sua decisão de negligenciar as ameaças de sanções por parte das potências ocidentais devem ser colocadas em xeque durante a cúpula. Além do atual conflito no sudeste ucraniano – que já resultou na morte de mais de 4 mil pessoas –, assuntos econômicos também devem ocupar espaço nas pautas do encontro.
Dentro dessa agenda, deverão ser debatidos assuntos como o crescimento econômico mundial; a reforma do sistema bancário global; a criação de postos de trabalho; e a regulamentação de paraísos ficais, evidenciados pelo recente e polêmico caso dos “LuxLeaks”. Contudo, grande parte desses temas econômicos já foi discutido nos últimos dias na China, durante o fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec).
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Hoje, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, declarou na Austrália que a ação da Rússia em território ucraniano é “inaceitável” e garantiu que mais sanções serão desenvolvidas se o Kremlin não melhorar a situação.
Além de Putin, líderes de Argentina, Coreia do Sul, Espanha, Índia, Japão e México já chegaram à Brisbane. Nas próximas horas são esperados o presidente da China, Xi Jinping, a chanceler alemã, Angela Merkel, o chefe de Estado dos EUA, Barack Obama, e o governante francês, François Hollande.
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Cúpula do G20: organizadores fecham detalhes finais de encontro entre líderes mundiais
Na primeira viagem internacional após reeleição, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, também vai participar da Cúpula do G20, após escala de dois dias no Catar, onde encontrou o emir, Tamim bin Hamad al-Thani.
Na Austrália, Dilma insistirá que os países mais desenvolvidos devem adotar medidas para estimular o crescimento mundial e evitar que a crise acabe por contaminar totalmente as nações emergentes. A presidente também ressaltará que devem ser dados passos mais firmes rumo a uma profunda reforma de todas as instituições internacionais e que é necessário reforçar os mecanismos de controle aos mercados financeiros.
Além disso, espera-se que Dilma encontre Obama, no que será a primeira reunião formal entre os dois desde que um escândalo de espionagem turvou a relação bilateral em 2013.