Em uma conversa por telefone, o presidente russo, Vladimir Putin, pediu a seu colega norte-americano, Barack Obama, que não sacrifique as relações entre os dois países por “divergências sobre determinados problemas internacionais, por mais significativos que sejam”.
Putin disse a Obama que as atuais autoridades ucranianas chegaram ao poder através de um “golpe anticonstitucional”, que não têm um mandato em nível nacional e “impõem decisões absolutamente ilegítimas” às regiões sul e sudeste da Ucrânia e na Crimeia. Com isso, “a Rússia não pode ignorar os pedidos de ajuda e age de maneira adequada e em plena conformidade com as normas do direito internacional”, acrescentou a nota do Kremlin.
Agência Efe e WikiCommons
Por iniciativa de Washington, Obama e Putin conversaram por mais de hora pelo telefone para discutir a situação na Ucrânia
Obama, por sua vez, usou o telefonema para informar pessoalmente Putin sobre as sanções que serão aplicadas por Washington, além de lembrar que ainda existe “um caminho para solucionar” a crise na Ucrânia por vias “diplomáticas”.
O presidente dos EUA insistiu que, para resolver a questão, os governos de Ucrânia e Rússia devem “sustentar conversas diretas, facilitadas pela comunidade internacional”. Além disso, Moscou deve aceitar o envio de “observadores internacionais que assegurem os direitos de todos os ucranianos, inclusive os de etnia russa” na preparação para as eleições presidenciais antecipadas no mês de maio.
Obama pediu ainda que as tropas russas “voltem a suas bases”, além de ressaltar que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que atualmente está na Europa, continuará com seus esforços para encontrar uma saída diplomática, juntamente com o chanceler russo e oficiais de outros países.
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O conteúdo da conversa telefônica — que se prolongou por mais de uma hora — foi informado nesta sexta-feira (07/03) tanto pelo Kremlin, quanto pela Casa Branca. Por iniciativa dos EUA, o telefonema aconteceu algumas horas depois que Barack Obama fez breves declarações públicas rejeitando como “ilegal” o referendo planejado pelos parlamentares da península da Crimeia com o objetivo de decidir se a região será ou não anexada à Rússia.
(*) Com informações da Agência Efe